Quilombola é amarrado e espancado por bolsonarista; imagens fortes

Vídeo mostra o comerciante Alberan Freitas dando um pisão nas costas de Luciano Simplício já amarrado e deitado no chão

Luciano Simplício foi agredido e amarrado pelo bolsonarista Alberan Freitas | Reprodução

Por Lucas Rocha, da Revista Fórum.

quilombola Luciano Simplício foi alvo de ataque de um comerciante bolsonarista na cidade de Portalegre (RN), no sábado (11). Alberan Freitas, dono de um mercadinho, amarrou o rapaz, o espancou e o arrastou pela rua.

Segundo informações do portal Mossoró Hoje obtidas através do depoimento de moradores, Alberan teria espalhado pela cidade que o quilombola era “bandido e drogado”. Isso teria gerado revolta no rapaz, que reagiu jogando pedras no estabelecimento do bolsonarista.

Alberan, então, decidiu amarrar o homem e arrastá-lo pelo chão. Imagens mostram o bolsonarista pisando em Luciano, que implora por ajuda. Moradores pedem para que o comerciante cesse as agressões.

Os dois foram levados pela Polícia Militar à Delegacia de Pau dos Ferros, onde o delegado de plantão, Paulo Pereira, autou Luciano por depredação e Alberan somente por lesão corporal. As investigações seguem na Delegacia de Portalegre.

Segundo informações obtidas pela Fórum, Luciano é quilombola e está em situação de rua desde que perdeu os pais.

A Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), a Ouvidoria do Governo do Rio Grande do Norte e a Coordenadoria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Rio Grande do Norte (Coeppir) acompanham o caso.

“A Conaq está acompanhando o caso, estamos com nossos advogados, orientando e dando todo o apoio. A Conaq enxerga isso como uma reprodução da escravatura. Aquele homem branco, que vem de uma família de coronel, se sentiu no direito de fazer aquilo com um homem negro. A gente vê como uma reprodução da escravatura, como uma racismo muito cruel”, afirmou Aércio de Lima, da coordenação nacional da Conaq, à Fórum.

A vereadora Brisa Bracchi (PT), de Natal, divulgou vídeo que mostra Luciano sendo agredido e condenou o episódio. “É um absurdo que o linchamento continue sendo prática cotidiana, ainda mais como política de violência contra corpos negros”, escreveu no Twitter.

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