Promotores bolivianos pedem 15 anos de prisão para a ex-presidenta Jeanine Áñez

Foto: Zaconeta Caballero Reinaldo

BBC.- A Procuradoria Geral da Bolívia anunciou na segunda-feira (06) que vai pedir 15 anos de prisão para a ex-presidenta autoproclamada Jeanine Áñez em um dos dois processos que foram abertos contra ela.

O anúncio foi realizado pelo procurador-geral, Juan Lanchipa, em uma aparição na mídia antes do reinício do julgamento contra a ex-senadora, que está em prisão preventiva desde março de 2021.

A audiência de segunda-feira – na qual Áñez apareceu por videoconferência da prisão feminina onde ela está presa – foi suspensa devido a uma “descompensação” na sua saúde.

A advogada de 54 anos é acusada em dois casos que ela considera parte da “perseguição política”.

No caso retomado na segunda-feira, chamado de “Golpe de Estado II”, ela é acusada de supostamente ter assumido indevidamente a presidência interina em 2019, após a demissão ( N. da R.: forçada) do então presidente Evo Morales.

A acusação alega que com a renúncia de Morales, do vice-presidente e dos líderes da Câmara de Senadores e Deputados, ela deveria ter convocado uma sessão para eleger uma nova liderança.

Mas, na ausência de poderes, Áñez assumiu o mandato presidencial como vice-presidenta do Senado.

Ela também é ré no caso do “Golpe de Estado I”, acusada de terrorismo, sedição e conspiração pela violência que irrompeu após a demissão de Morales, que buscava uma quarta reeleição.

O conflito pós-eleitoral resultou em cerca de 35 mortes, de acordo com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

O promotor Lanchipa disse que “mais de 70 peças de prova” foram “apresentadas” contra Áñez e “quase 20 declarações de testemunhas” no caso do “Golpe de Estado II”.

O julgamento contra ela está atrasado desde o final de abril devido a um recurso interposto por sua defesa, que foi rejeitado pelo Tribunal Constitucional.

A audiência está marcada para ser retomada na terça-feira, quando serão apresentados argumentos, de acordo com os advogados de Áñez.

Enquanto a audiência ocorria na segunda-feira, mais de cem pessoas, incluindo ativistas e funcionários do governo, se reuniram fora do tribunal.

Enquanto isso, os partidos de oposição Comunidad Ciudadana e Creemos reiteraram sua rejeição ao julgamento contra Áñez e insistiram que não houve golpe de Estado em 2019, como alegam o governo e o partido no poder.

Com informações da BBC e agências.

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