Projeto promove consciência em relação a violência sexual, entenda

Reprodução: Instagram

Durante a pandemia, as crianças estiveram mais reclusas, neste contexto a artista Manon Alves, observou o aumento de violências sexuais. Com isso, sentiu a necessidade de abordar o assunto em seu trabalho intitulado “Silêncio é biblioteca”. Na construção do projeto a partir das partilhas do trabalho realizado pela psicóloga na Delegacia de Proteção à Mulher, Criança, Adolescente e Idoso, Caroline Kraid, Manon elencou subtemas para representar em esculturas de papel. 

Foi o primeiro trabalho artístico que Caroline participou. Como a violência sexual é um fenômeno complexo, a profissional visualiza, a partir de sua vivência, que há poucos dispositivos para trabalhar com às crianças sobre o assunto.

Normalmente, os adultos que deveriam proteger, são os agressores. Além de ser o adulto de confiança, é o adulto que ela gosta. Além disso, muitas vezes ela se sente culpada, e não consegue reconhecer quais atitudes são invasivas e violentas. Enquanto conhecimentos relacionados a sexualidade são abordados com medo no âmbito social, para Carol é claro “a educação sexual é explicar para às crianças sobre o corpo dela e quem tem permissões para tocar esse corpo. Ela pode dizer que não se sente confortável de ser tocada por alguém. Ela deveria poder dizer isso”. 

Reprodução/Youtube/Desacato.Videos

“Por isso que não dá para taxar regras tão específicas para situações que não são tão visíveis”, afirma. 

Manon destaca a importância de levar o tema para dentro das escolas, um lugar de confiança da criança. Principalmente, quando se entende a diferença de crianças que conseguem se expressar e entender seus direitos e as meninas que foram educadas para se calar. “O lugar do artístico, do lúdico é justamente para poder dialogar, ela se ver e pensar sobre algumas coisas”. Para a artista, abordar este tema no ambiente escolar também se refere a necessidade de professores ter este tipo de formação para estarem capacitados na condução destas conversas após exposição do projeto. 

“Para mim, é mais importante o que vai acontecer após passarem pela exposição, do que a exposição em si. A exposição é um pretexto para gente falar sobre este assunto e sobre todos os subtemas que estão ali de forma metafórica”, explica, Manon. 

As esculturas são dispositivos simbólicos  que representam situações que ultrapassam palavras, porque envolve sentimentos, dores, emoções. Segundo Manon, nas salas, quando as crianças puderam tocar, sugiram várias interpretações, em suas possibilidades infinitas. 

Carol, também enfatiza: “Acho que a gente vive numa sociedade com a violência muito presente, então, é difícil ver alguém que não esteve situação de violência, ou como agressores ou vítimas em algum momento”.

Para ela, o que é crucial entender, se refere a forma como a pessoa vai trabalhar a violência em si. Vai reproduzir ou vai mudar o ciclo e lidar com a dor. 

Sente de assistir à entrevista completa? Acesse:

Acompanhe o projeto pela página do Instagram Poesia de Papel. A exposição esteve fixa na escola em Xaxim, até 14/07. Mas, a mostra está aberta para visitação de outras escolas e da comunidade, mediante agendamento, pelo telefone 49.3353.1544 ou pelo whatsapp (49)99808-0283.

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