Por Nara Lacerda.
Os registros de morte por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) aumentaram 1.012% desde o dia 16 de março no Brasil. A estatística se baseia nas Declarações de Óbito preenchidas pelos médicos que constataram os falecimentos. Sintomas respiratórios graves estão na lista de principais complicações causadas pelo coronavírus ao organismo humano.
Informações dos Cartórios de Registro Civil brasileiros indicam que em alguns estados a alta foi ainda mais expressiva do que a média nacional. Pernambuco teve 6.357% de aumento, seguido por Amazonas, com índice de 4.050%. No Rio de Janeiro as notificações subiram 2.500%, e no Ceará 1.666%.
São Paulo, estado que tem o maior número absoluto de infectados em todo o país, teve crescimento de 866%. No Rio de Janeiro foi expressiva também a alta de mortes por causas indeterminadas. Esse tipo de registro subiu em 8.533%.
Os dados estão disponíveis no novo Portal da Transparência do Registro Civil, lançado nesta segunda-feira (27) e administrado pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen- Brasil).
Anteriormente, a plataforma trazia apenas as mortes suspeitas ou confirmadas por covid-19. Agora estão disponíveis também os registros por SRAG, pneumonia, septicemia, insuficiência respiratória e causas indeterminadas.
O método utilizado para contabilizar os casos segue os critérios hierárquicos do Código Internacional de Doenças (CID-10). Como primeira condição para que um óbito seja inserido na plataforma está a menção da covid-19 na certidão. Na sequência, são levadas em consideração menções de síndrome respiratória grave, pneumonia, sepse e insuficiência respiratória. O último critério é referente a mortes não classificadas em nenhuma das condições acima.
A Arpen – Brasil informa que os índices registrados podem ser ainda maiores. Isso porque a plataforma traz um retrato fiel dos óbitos registrados, mas os prazos legais para o envio de informações aos cartórios pode ser de até 15 dias.