Polícia indicia PM por ataques racistas e ameaças a ex-mulher em SC

A Polícia Civil de Santa Catarina decidiu indiciar o  policial militar da reserva Hélio Martins, de 57 anos, por proferir palavras racistas e ameaçar a ex-mulher em São Ludgero, a cerca de 180 km da capital Florianópolis. O inquérito foi concluído nesta terça-feira e será encaminhado ao Ministério Público.

O caso passou a ser investigado na semana retrasada após viralizar nas redes um vídeo em que o policial admite ser racista e ameaça a bater na então companheira, com quem tinha um relacionamento recente. Na gravação, ele diz que não suporta negro e chama a mulher de “macaca do c…”.

A vítima de 26 anos é de Alagoas e estava há cerca de duas semanas no município catarinense, onde passou a morar com o policial. Ela relatou às autoridades que Martins demonstrava um comprotamento agressivo nos dias que antecederam à gravação. A mulher disse que decidiu filmar os ataques pois naquele data o então companheiro estava “muito violento” e já havia batido nela, com tapas e chinelada.

Quatro crimes cometidos

Em seu depoimento, a vítima contou que, após a briga, o casal se separou. Sem condições financeiras para retornar a seu estado, ela estava morando de favor na casa de uma pessoa conhecida.

Segundo a polícia, a mulher solicitou medidas protetivas contra o agressor, que foram deferidas pela Justiça. Após análise dos fatos, o delegado Éder Matte indiciou o policial pelos crimes de racismo, injúria racial, vias de fato e ameaça.

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No vídeo, Martins afirma que o filho da companheira é “um maldito de um negro desgraçado, que é pirracento” ao ser questionado pela mulher sobre o motivo pelo qual tem tanto ódio de “moreno”. O policial prossegue:

“Porque eu tenho ódio, porque eu sou racista, porque eu não suporto negro. Eu tenho amigo negro, mas amigo decente, não essa negrada do c…, que é marrento que nem tu”, responde.

Diante do tom agressivo, a mulher pede para que ele não bata nela. De imediato, o policial militar retruca, pegando um chinelo na mão:

“Quer ver? Fala de novo. Fala de novo, sua macaca do c… Demônio, desgraçada”.

Na ocasião, a PM-SC confirmou que o homem que aparece nas imagens era um sargento da corporação que está na reserva desde março de 2016. O órgão afirmou que o caso foi encaminhado à Corregedoria-Geral para apuração. Em nota, disse ainda que repudia “todo e qualquer tipo de violência contra a mulher ou vulnerável, bem como qualquer tipo de racismo”.

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