Por Alejandro Baeza.
Uma série de pesquisas realizadas por 16 acadêmicos de universidades norte-americanas em parceria com a Meta (empresa dona do Facebook) foi publicada em revistas científicas para medir da forma mais independente possível a influência das redes sociais na democracia com base nas eleições de 2020 nos Estados Unidos.
Uma das investigações, “Segregação ideológica assimétrica na exposição a notícias políticas no Facebook”, publicada na revista Science e liderada por Sandra González-Bailón, da Universidade da Pensilvânia, abordou a questão de saber se o Facebook permite a segregação ideológica no consumo de notícias políticas. Concluiu-se que os usuários de direita são “muito mais segregados e encontram muito mais desinformação na plataforma”.
O relatório argumenta que o Facebook “é substancialmente mais segregado ideologicamente do que revelaram pesquisas anteriores sobre o consumo de notícias na Internet com base no comportamento de navegação”.
A equipe analisou a exposição às notícias ao longo do tempo usando dados agregados de 208 milhões de usuários da rede social.
Em comparação com as pessoas de esquerda, o estudo constatou que os usuários politicamente conservadores estavam muito mais isolados em seus feeds de notícias e expostos a muito mais desinformação, observando que há uma assimetria entre os públicos de direita e de esquerda, com “um espaço substancial do ecossistema de notícias consumido exclusivamente por conservadores; e a maior parte da desinformação existe dentro desse canto, que não tem equivalente no outro lado”.
“Há uma maior prevalência de conteúdo não confiável na mídia de direita em relação à mídia de esquerda”, concluíram.
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