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Parlamento “israelense” aprova resolução que rejeita os “Dois Estados”

Foto: Ronen Zvulun – Reuters

Parlamento “israelense” aprova resolução que rejeita os “Dois Estados” e o futuro estabelecimento de um Estado Palestino.

O projeto foi aprovado por maioria esmagadora (68-9). “O Knesset [Parlamento] de Israel (sic) se *opõe firmemente ao estabelecimento de um Estado palestino* a oeste da Jordânia.

O estabelecimento de um Estado palestino no coração da Terra de Israel (sic) representará um perigo existencial para o Estado de Israel (sic) e seus cidadãos, perpetuará o conflito israelense-palestino e desestabilizará a região”, afirma o texto da resolução.

O partido de centro-direita Unidade Nacional, do ex-ministro do gabinete de Guerra Benny Gantz, agora na oposição, também votou a favor da resolução.

“A Unidade Nacional está empenhada, em qualquer cenário político futuro que surja, em preservar a identidade judaica e democrática do Estado de Israel e em insistir nos seus direitos históricos e interesses de segurança”, de acordo com um comunicado desta formação política.

Os deputados do partido centrista Yesh Atid (Há Futuro), do líder da oposição e ex-primeiro-ministro Yair Lapid, abandonaram o plenário do Knesset antes da votação para evitar apoiar a medida, apesar de a liderança se ter pronunciado a favor da solução de dois Estados.

Os únicos partidos que se mostraram a favor de um Estado palestino foram o Partido Trabalhista e os partidos árabes Ra`am e Hadash-Taal.

A resolução considera que promover a ideia de um Estado palestino neste momento é “uma recompensa para o terrorismo e só vai encorajar o Hamas e apoiadores a verem isso como uma vitória graças ao massacre de 7 de outubro de 2023 e um prelúdio para a tomada do poder pelo Islã jihadista no Oriente Médio”.

A resolução foi inicialmente proposta pelo partido de direita Nova Esperança – uma dissidência do Likud de Netanyahu – cujo líder, Guideon Saar, afirmou que tem como objetivo “expressar a oposição geral entre o povo israelense a um Estado palestino, que colocaria em risco a segurança e o futuro de Israel”.

“É uma mensagem para a comunidade internacional de que a pressão para impor um Estado palestino a Israel é inútil”, apontou.

A iniciativa avançou poucos dias antes da visita de Netanyahu aos Estados Unidos, onde vai estar numa sessão no Congresso, em 22 de julho, e se vai reunir com o Presidente estadunidense, Joe Biden, num encontro que poderá ser afetado depois de o líder norte-americano ter testado positivo para a covid-19.

Já em fevereiro, o Knesset aprovou uma resolução, proposta por Netanyahu, que rejeitava a criação de um Estado palestino, mas essa moção abordava especificamente a criação unilateral desse Estado, numa altura em que vários países disseram considerar reconhecer um Estado palestino na ausência de um acordo de paz com Israel.

Vários países reconheceram unilateralmente o Estado palestino este ano, motivados pela falta de uma solução diplomática para a guerra em Gaza: Barbados, Jamaica, Trindade e Tobago, Bahamas, Espanha, Irlanda, Noruega, Eslovénia e Armênia.

O reconhecimento conjunto de Espanha, Irlanda e Noruega, países da União Europeia, provocou indignação em Israel, que chamou os embaixadores nas respetivas nações para consultas e repreendeu os três representantes europeus.

No total, 145 países dos 193 Estados-membros da ONU reconhecem o Estado palestino, dos quais uma dezena pertence à UE.

Com informações da Fepal e RTP.

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