Por Vitor Taveira.
O riso não tem limites nem fronteiras. A sessão brasileira da organização internacional Palhaços Sem Fronteiras, a única existente na América Latina, prepara voo para um trabalho num dos países mais impactados pela violência no continente: El Salvador.
A pequena nação centro-americana está entre as que possui maiores índices de violência no mundo. Depois de dez anos de guerra civil, ainda pesam os conflitos relacionados com as gangues vinculadas ao tráfico de drogas. Para piorar, também sofre com desastres naturais e disputas políticas.
“Buscamos o riso como elemento de regeneração afetiva, para que este seja elemento base para uma transformação social. Transformação esta que visa uma sociedade menos competitiva, na qual a generosidade do palhaço não seja tratada como exceção”, diz a apresentação do grupo brasileiro.
Durante a estadia serão 12 apresentações em comunidades vulneráveis nos departamentos de San Salvador e Cabañas, buscando melhorar a situação emocional da população local. Outra parte importante, além levar a arte circense e o riso para a comunidade em geral, será feita por meio de oficinas e workshops para três grupos: artistas locais, jovens de 14 a 20 anos e professores de ensino básico. Assim, busca-se potencializar e oferecer ferramentas e técnicas para fomento das atividades culturais nessas comunidades, gerando novos multiplicadores a nível local.
“Quando chegamos a uma comunidade ou lugar de conflito, nossa primeira ação é buscar com as pessoas do local, olhar, nos conectar, alimentar um pouco nossa alma. Não é um trabalho assistencialista, a gente troca muita coisa, ganha novas possibilidades de olhar o mundo e ver as coisas como são de fato”, diz Aline Moreno, a palhaça Donatella, uma das integrantes do projeto. “É uma responsabilidade grande, uma possibilidade de agir e fazer o que sabemos e podemos. E sendo palhaços, fazemos palhaçadas”.
O projeto será realizado esse ano em parceria com o Palhaços Sem Fronteiras dos Estados Unidos, além de contar com apoio do Ministério da Saúde de El Salvador e da Associação de Desenvolvimento Econômico e Social (ADES). A expectativa é envolver cerca de 6 mil pessoas em torno das atividades.
Sobre Palhaços Sem Fronteiras
Constituído em maio de 2016, o Palhaços Sem Fronteiras Brasil já realizou diversos projetos como o OcupaRiso, em ocupações por moradia; Riso Doce, com comunidades ribeirinhas afetadas pelos rejeitos químicos da barragem rompida em Mariana; Quilombos, nas comunidades quilombolas do Vale do Ribeira; e Refugiados, atuando com pessoas refugiadas na cidade de São Paulo.
A nível internacional, o Palhaços Sem Fronteiras (Clowns Without Borders) está presente em 15 países Austrália, Bélgica, Canadá, Finlândia, França, Alemanha, Irlanda, Espanha, África do Sul, Suécia, Reino Unido, Estados Unidos da América, Áustria, Suíça e Brasil, primeiro país da América Latina a fazer parte da Internacional.
O grupo está buscando doações para poder viabilizar o projeto. Contribua com qualquer quantia em no site oficial: www.palhacossemfronteiras.org.br/doacoes.
Contato: Aline Moreno – (11) 95802-0397