Por Luis Nassif.
Israel aparece seguidamente em negócios envolvendo o círculo íntimo de Jair Bolsonaro.
No primeiro dia após as eleições, Flávio Bolsonaro anunciou a ida a Israel, com o governador recém-eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, para adquirir equipamento de segurança pública.
Há pouco, a UOL divulgou denúncia de que Carlos Bolsonaro se valeu de sua influência no Ministério da Justiça para impor a compra de equipamentos de espionagem de Israel.
Agora, a informação de que a tal equipe enviada a Israel, para negociar um inexplicado spray nasal, tinha entre seus integrantes pessoa estreitamente ligada ao círculo íntimo de Bolsonaro e de seus parceiros milicianos, o ex-BOPE Max Max Guilherme Machado de Moura.
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Não é pouca coisa. Max não é especialista médico e está há tempos mencionado em documentos que mostram o círculo íntimo de parceiros de Bolsonaro.
No dia 2 de julho de 2020, o Estadão trouxe reportagem sobre investigações do Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro em Fabrício Queiroz, o assessor e Flávio Bolsonaro incumbido de administrar as “rachadinhas’.
Nas investigações sobre Fabrício Queiroz, o Ministério Público Estadual encontrou com sua esposa uma caderneta com três nomes que poderiam amparar a família, quando ele fosse detido.
Além disso, a caderneta tinha números de cellares atribuídos a Jair e Flávio Bolsonaro, e à primeira dama Michele, além de contatos e anotações sobre policiais, milicianos e políticos do Rio de Janeiro.
Segundo reportagem da época, parte significativa dos papéis se refere à família Bolsonaro. E aparece também o contato de Max Guilherme Machado de Moura, ex=policial do BOPE do Rio, ex-segurança, depois, assessor especial de Jair Bolsonaro. Na caderneta é mencionado também Alexandre Santini, o sócio de Flávio na loja de chocolates.
O caderno também tem celulares de pessoas ligadas a Adriano da Nóbrega, o chefe do Escritório do Crime.
No dia 3 de outubro, reportagem da Folha mostrava investigações da Polícia Federal na investigação de atos antidemocráticos contra o Supremo Tribunal Federal.
Um dos nomes apontados foi justamente o de Max Moura. Foi o quinto nome da assessoria de Bolsonaro a ser apontado como integrante do chamado “gabinete do ódio”.
Os outros nomes foram Tércio Tomaz Arnaud, José Matheus Sales Gomes e Mateus Matos Diniz, diretamente apontados como membros do “gabinete do ódio”, e o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro.