Organizadores de ato golpista dizem que agressões “são só o começo” e prometem “extermínio” da esquerda

    Jornalista conta que responsáveis pelo "300 do Brasil" ofertam treinamentos de combate para quem participa dos atos e incentivam uso de "itens de guerra"

    Imagem: Reprodução Revista Fórum

    A jornalista Jessica Almeida, colaboradora do podcast BH em Ciclo, foi às redes sociais na noite deste domingo (3) para compartilhar suas impressões com relação ao grupo de extrema-direita “300 do Brasil”, um dos responsáveis pelo último ato golpista de Brasília.

    De acordo com ela, que participa de forma anônima do grupo, organizadores teriam dito que as agressões que ocorreram no protesto contra jornalistas seriam “apenas o começo” e prometem constantemente o “extermínio da esquerda”.

    O grupo 300 do Brasil se define como “o maior acampamento pelo fim da corrupção e esquerda no Brasil” e seria financiado através de uma vaquinha na Internet, cujo objetivo é atingir a meta de R$ 50 mil. Jessica também alega que a “contrarrevolução” é uma máxima repetida no grupo.

    Jessica de Almeida@jsscdealmeida

    As agressões vistas em Brasília podem não parar por aí. Os organizadores dos 300 do Brasil afirmam que eles são “só o começo”. Nos grupos, treinamentos, recomendações para “roupas adequadas pra treinamentos físicos de combate” e participantes proibidos de fotografar.

    Explico?

    De acordo com ela, o acampamento está acontecendo desde sexta-feira (1°), em Brasília. “Para quem participar são oferecidos local seguro para tomar banho, cozinhar e uma refeição por dia. Onde? Não revelam, mas a organização fala em um quartel general com mais de 200 beliches, alojamentos e refeitório”, conta.

    Organizadores pedem ainda que participantes levem para o local itens que poderiam ser utilizados “para uma guerra na selva” e proíbem o uso de celulares.

    “Esteve marcado para ontem um treinamento ‘com os melhores em estratégia e inteligência’. São proibidos vídeos e fotos, exigem roupa adequada para um treinamento físico de combate e recolhimento de celulares”, destaca Jessica.

    Um dos responsáveis pelo grupo, Daniel Miguel, publicou diversos vídeos em suas redes sociais neste domingo mostrando a participação do 300 do Brasil no ato golpista. Em um dos vídeos, ele convoca novos participantes para o acampamento.

    Sara Winter

    Em seu relato, Jessica também chama atenção para a liderança e participação da ex-feminista Sara Winter no grupo 300 do Brasil. Aliada de Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Winter já gravou vídeos de convocação para o acampamento 300 do Brasil, alguns deles em nome do guru do bolsonarismo, Olavo de Carvalho.

    De acordo com a jornalista, Sara Winter também “flertou” com o nazismo quando mais nova, ao participar de musicais de bandas nazistas. “No Orkut e Facebook, não escondia sua admiração por Hitler e Plínio Salgado”, conta Jessica.

    Jessica de Almeida@jsscdealmeida

    Conheço ela da minha adolescência, quando me interessei brevemente pelo Femen. Antes de liderar o grupo “neofeminista”, Sara flertou fortemente com o nazismo: do nome adotado por ela à cruz de ferro tatuada no peito.

    Jessica de Almeida@jsscdealmeida

    Quando mais nova, ela era vista em festivais musicais de bandas nazistas e, no Orkut e Facebook, não escondia sua admiração por Hitler e Plínio Salgado. No link, ex-integrantes do Femen Brasil explicaram, em 2013, muitos dos problemas de Sara:https://femenputecidxs.wordpress.com/2012/09/25/dossie-femen/?fbclid=IwAR3Z9Uus_wgCRU5VKXJj75n3IWC28qYmf-z6sBsnyWsG3Hozzh1t9TCDxpo 

    Dossiê Femen

    Atualizado 14/03/2013  Algumas informações foram retiradas por não estarem mais disponíveis, como a nota da página do Femen Marrocos que dizia que ela estavam se desligando por por motivos de islam…

    femenputecidxs.wordpress.com

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