Ópion

Por Allen Cristhian.

Os louros da geração entorpecida, sinérgica com todos os grandes generais.

Prisioneiros de um eterno ocaso, deslumbrados com a clara noite de um duradouro dia sem amanhã. Caiado céu brasileiro, em contos, histórias e fábulas, narradas por diversos coronéis de um povo resignado. É a história, é a vida de um país, milhões de pessoas, várias idéias, um denominador comum: Entorpecentes Sociais.

O Simiesco: Tupiniquim neandertalis, mais conhecido como brasileiro, é um animal doutrinado pelo ópio social. Sua criação involutiva o direciona a ser um adorador de totens e bandeiras. São estes que lhes dão alegria e motivação para viver (leia-se: sobreviver) em um habitat tão desfavorável. Sua base alimentar constituí-se basicamente de grãos, principalmente arroz e feijão. Alguns poucos membros da espécie, tem uma alimentação diversificada, que muda de acordo com sua posição no bando. Os brasileiros que se alimentam basicamente de arroz e feijão, são recompensados, com os totens e bandeiras citados anteriormente, são estes facilmente reconhecidos em todo o grupo, e levam nomes que geram euforia e até mesmo lágrimas quando pronunciados. Corinthians, Flamengo, Bangu, Reestart, Lady Gaga, Mangueira, Portela, Católica e Protestante, são exemplos totêmicos venerados pela espécie. Quando na presença dos mesmos, os Tupiniquins neandertalis, milagrosamente se esquecem do arroz, do feijão, da fome, da sede e do frio, se esquecem também da fila, do câncer, e da vida, além de ficarem cegos temporariamente, fenômeno que não atinge o topo da casta. Estes (que estão no topo) por sua vez, aproveitam-se dos momentos litúrgicos de seus companheiros, para conseguir sua diversidade alimentar. É um escambo gerado pelo entorpecimento da grande maioria simiesca. Os brasileiros são dóceis, e facilmente domesticáveis, tal qual os cachorros, trocam sua liberdade e sua identidade, por punhados de ração e brinquedinhos para roer. Não se dão conta que ao contrário dos cães, que são irracionais, estes são racionalmente dominados, apenas não percebem, pois estão com seus olhares sempre voltados para seus totens.

Os capitães que marcham a frente do bando, geralmente são mais desenvolvidos, se alimentam de forma diversificada e não se distraem tanto com totens. O grande problema destes, é que, o que lhes sobra em concentração, lhes falta em pensamento coletivo e caráter, fenômeno que por sua vez acaba gerando as tais castas citadas anteriormente. É um grande círculo vicioso, que permite que uma minoria mais informada e concentrada na realidade do habitat, possa exercer o domínio sobre toda a espécie, aproveitando-se de sua distração e cegueira. Os capitães do bando, geralmente são bem informados, aprendizes dos grandes xamãs, e desenvolveram a técnica e o hábito da leitura. Tem noções de política, e de história. Desta última, uma lição que lhes fora muito benéfica: O Pão e Circo, ofertado em outras sociedades simiescas, como a romana por exemplo.

Existe um terceiro grupo na espécie, denominado: Homo Sapiens Tupiniquins. Estes atingiram um grau mais evoluído: Lêem, escrevem, sabem, lutam, choram, sentem e pensam. Possuem punho forte, e cerram-no para alto em tentativas frustradas que visam despertar a igualdade entre os demais. O grande problema é que ainda são uma minoria, e acabam ficando isolados de todo resto do bando – dos generais, pois escolhem assim, sabem que estes não tem motivos para evoluir, uma vez que se entregaram ao comodismo de poder se alimentar às custas do bando. E também, estão isolados da massa que venera totens e se alimentam de arroz e feijão. Estes ainda preferem seus Corinthians, Flamengos, Bangus, Reestarts, Ladys Gaga, Mangueiras, Portelas, Católicos e Protestantes, à liberdade.

Imagem: zelmarblogspot.com

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