ONU e OEA questionam Witzel sobre uso abusivo de violência contra pobres no Rio

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, durante evento na Câmara / Marcelo Camargo

A Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização dso Estados Americanos (OEA) enviaram comunicado ao governado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), questionando o uso abusivo da força contra comunidades pobres do Rio de Janeiro, em especial contra os moradores de favelas.

A carta foi enviada há dois meses, em 20 de junho, mas só se tornou pública na segunda-feira (19). Segundo o site Conectas, que trouxe a informação, o governador não respondeu aos organismos internacionais.

Entre os casos citados no comunicado está o episódio em que Witzel faz uma transmissão ao vivo de dentro de um helicóptero da Polícia sobrevoando Angra dos Reis, durante uma operação em foram relatados tiros contra barracos usados por grupos religiosos.

Também são citados assassinatos ocorridos na Maré o fuzilamento do músico Evaldo dos Santos Rosa, alvejado por mais de 80 tiros dentro do carro em que passeava com sua família, em abril.

Witzel foi denunciado à ONU em maio pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) por promover uma “agenda genocida” no Estado.

No documento enviado agora ao governador, a ONU e a OEA destacam que, se as denúncias forem confirmadas, o governo do Rio pode estar violando artigos da Convenção Internacional de Direitos Civis e Políticos, da Convenção sobre os Direitos das Crianças, da Declaração Universal dos Direitos Humanos e da Convenção Americana de Direitos Humanos.

“O estímulo oficial do que parece ser uma política deliberada de atirar para matar no contexto de esforços antidrogas e anticrime foi supostamente expressado em recentes declarações públicas do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel”, expõe o documento. “Pedimos ao governo que alinhe sua legislação local aos parâmetros internacionais, em especial as preocupantes práticas ou políticas de segurança pública que incidem sobre suspeitos de crimes, incluindo afrodescendentes”, diz o documento.

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