Redação
Há mais de um mês, desde o dia 5 de maio, trabalhadores e sem-teto organizam-se, em Palhoça, na Ocupação Carlos Marighella, ocupando prédios que estavam abandonados há mais de 10 anos, sem qualquer função social.
Na manhã desta segunda-feira, oficiais de justiça, junto da Polícia Militar, foram até a Ocupação apresentar a ordem de despejo e o prazo de 12 horas para que as famílias deixem o local. A decisão pela ordem de despejo havia sido emitida há 10 dias, é foi solicitada pela prefeitura de palhoça. Entretanto, a Ocupação entrou com recurso que, segundo Filipe Bezerra, da coordenação da Ocupação, nem se quer foi julgado ainda.
“O que a prefeitura e o governo do estado estão fazendo é um crime”, afirma Filipe que denuncia a ordem de despejo. A prefeitura apresenta a justificativa do local ser “insalubre” e apresenta como alternativa que as famílias deixem os prédios e utilizem um ginásio municipal. Para Filipe essa alternativa não resolve o problema. Além da aglomeração em meio a alta da Covid no estado, e dos dias muito frio que fazem essa semana em Santa Catarina, a solução apresentada pela Prefeitura da Palhoça não resolve o problema da falta de moradia dessas e de tantas outras famílias no município.
“A Ocupação Carlos Marighella e a organização dos trabalhadores vai permanecer, vai resistir. Nós trazemos esse nome porque é um nome de resistência”. Para Filipe o que está em jogo nessa decisão judicial pelo despejo não é unicamente a questão da moradia, “eles não querem que esse território seja ocupado por trabalhadores organizados “.
Assista a entrevista completa, que foi ao ar hoje no JTT – A Manhã Com Dignidade e contou com a presença Carmen Susana Tornquist: