Por Fernando Borroni (*).
Tradução: Sofia Andrade para Desacato.info.
O mundo está cheio de desculpas. Eu diria que as desculpas são a regra pela qual justificamos e legitimamos o impensável diariamente. A Argentina não é exceção; pelo contrário, nossa história tem sido alimentada por desculpas que nos levaram ao desastre. Fazer uma lista delas seria interminável, mas basta mencionar aquela que é a cruz que carregaremos por toda a vida como nação; o “Algo eles devem ter feito” em meio a um genocídio é suficiente….
Se há uma coisa da qual “o traidor” se alimenta é com elas, sem qualquer escrúpulo, com a intenção de fazê-las passar por argumentos sofisticados de “política”. A traição precisa de um pretexto para começar a andar, sempre aventurada pela ambição.
O traidor parece ter “um motivo nobre, humano e inequívoco” para fazer o que faz. Ele não faz nada por mesquinhez ou interesses ocultos, ele sempre argumenta uma razão urgente, possivelmente razoável e em busca de um motivo primordial. No entanto, por trás de todas essas desculpas, há uma temerosa ocultação de sua miséria, porque, ao fim e ao cabo, um traidor é sempre um covarde.
Mais uma vez, em um momento tão difícil para nosso país, o traidor está em ação, e hoje seu nome é Osvaldo Jaldo (governador de Tucumán).
“Se um traidor pode fazer mais do que alguns, que esses poucos não o esqueçam facilmente”, incentiva a canção… e devemos seguir esse caminho.
A traição da UCR e de grande parte da liderança peronista, ao longo da história, é inegavelmente responsável por estarmos onde estamos hoje, à beira de um precipício que se cairmos não teremos retorno. “Pragmatismo”, alguns chamam isso, mais uma desculpa. A traição não tem apelido e o traidor também não. Definitivamente, muito do velho deve morrer para que o novo nasça, é tão necessário quanto urgente.
Hoje o destino nos prega uma peça de mau gosto; da província onde foi forjada a nossa independência, hoje, estão lançadas as bases para voltar a ser uma colônia.
O tempo colocará as coisas em seu devido lugar, mas o tempo deve ser apressado.
25 de Janeiro de 2024.
(*) Fernando Borroni é jornalista de rádio e televisão em Buenos Aires – AR