Por Felipe Gabriel Schultze.
É uma realidade assombrosa. De acordo com dados do IBGE, em 2018 as mulheres ganharam 20% menos que os homens. Em 2019, de acordo com IPEA, a renda de negros é duas vezes menor do que trabalhadores de outras etnias. O início da década não se mostra mais branda com os trabalhadores, em 2020 os empregados e autônomos precisam arriscar suas vidas em busca de renda, para eles é compartilhada a escolha de sofia: decida entre o vírus ou a miséria.
Questões de gênero e raça se inserem dentro do esfacelamento do poder de compra da classe trabalhadora. O momento exige profunda reflexão entre as pessoas de boa fé. É necessário fazemos um balanço dos erros e acertos da sociedade atual. Acreditem, se pararmos para realizarmos a reflexão proposta, é descortinada uma série de erros cometidos no que se refere a classe trabalhadora. Desigualdade salarial e precarização do ambiente de trabalho estão entre as injustiças cometidas.
A classe trabalhadora não é o problema do país. Engravatados de classe média alta podem até sugerir que os direitos trabalhistas quebram um país, tal afirmação não confere. Os números citados acima abrem um racha no sistema e demonstram que há mais problemas na falta de direitos do que os erros ocorridos pelos excessos deles. É necessário fazermos um balanço de erros, acertos e identificarmos as soluções para que os trabalhadores e trabalhadoras estejam incluídas em igualdade de oportunidades independente de raça, gênero ou função.
A chamada meritocracia não existente em um país onde há discriminação salarial de mulheres e negros. Como a luz do dia sabe-se que o momento é propício para refletirmos sobre o papel do Estado em garantir leis que protejam trabalhadores e trabalhadoras das situações de vulnerabilidade. Urgentemente é necessário maior políticas públicas para garantir mais direitos aos trabalhadores e menor desigualdade.
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