Tudo começou quando o governo de Londres ordenou o sequestro de quase todo o arroz e outros alimentos localizados em Bengala para levá-los para o Oriente Médio e Egito, onde se colocava o grosso das tropas britânicas que naquela época tentavam duramente defender o canal de Suez do exército ítalo-germano.
Aqueles que podiam opor-se foram silenciosos quando todas as suas organizações políticas e sociais foram dissolvidas entre o verão e o outono de 1942. Os altos membros do partido do Congresso indiano que reclamava a independência, incluindo os pacifistas Mahatma Gandhi e Jawaharlal Nehru, foram presos. Como resultado, houve uma série de protestos e rebeliões que acabaram por ser esmagados com violência. Em poucas semanas os britânicos executaram 2.500 pessoas e fizeram prisioneiros mais de 66.000
Dezenas de milhares de famílias morreram de fome dentro das suas casas. Outras pessoas preferiam ir para a rua e fraquejar na via pública à vista de todo o mundo. Pouco a pouco as aldeias e cidades foram enchendo de cadáveres podres e sem serem recolhidos, dissiminando doenças como a cólera, tifo ou disenteria que se expandiram sem controle levando milhares de vidas.
O primeiro-ministro Winston Churchill respondeu no parlamento quando lhe perguntaram sobre as reservas alimentares de Bengala, que, segundo as teorias do seu conselheiro científico, Frederick Lindemann, os indianos eram culpados pela sua situação por ser uma raça fraca que se tinha reproduzido em excesso e agora pagava as consequências de se ver na penúria pela sua superpopulação. Churchill nunca iria reduzir as rações do exército britânico para alimentar Bengala, ao fim e ao cabo ele odiava os índios e não o dissimulava, chegando em uma ocasião para afirmar a seguinte frase:
“As piores pessoas do mundo depois dos alemães são os indianos” – Como vê, Trump, apesar de um imbecil, não foi o primeiro.
O que Trump tem a ver com essa reportagem?
Que desnecessário!