O carnaval de um pacto pela denúncia

Carnaval do Rio. Captura de tela

Por Roberto Liebgott.

Carnaval fora de época, coisas do Brasil tropical e de um mercado sedento, mas que, dessa feita, ocorreu num ambiente social, econômico, cultural e político propício para o debate e a reflexão sobre o que se pretende com o país e o mundo.

De um mundo em guerra, onde as potências bélicas medem forças para demonstrar quem tem mais capacidade de matar e devastar a humanidade.

De um tempo de intolerâncias, de abusos de autoridades, de questionamentos às liberdades individuais e coletivas, de racismo exacerbado, de um machismo aflorado, de homofobia e xenofobia sufocantes.

Leia mais: Cimi 50 Anos.

De um Brasil em que os direitos dos povos originários e comunidades tradicionais são atacados diariamente, seus territórios arrasados pela ganância, ódio, desprezo e que têm seus corpos violentados pela covardia.

De um período em que nos bairros pobres e periferias as polícias e milícias fazem campana, tocaia, para abordar, sequestrar e prender pobres e pretos que são, invariavelmente, agredidos, torturados, condenados e, na maioria das vezes, sem saber do que são acusados, mas sentem o desprezo, o bafo quente de um racismo de estado.

De um carnaval fora de hora, em que ele, com sua arte, expressões culturais, das mais significativas e enraizadas do mundo, ele- carnaval- se move para dizer que está vinculado a realidade, com aquilo que acontece pelo país e pelo mundo.

Estão, sempre, lá nos desfiles, puxando a beleza dos passos, fazendo rodar os corpos, sambando na avenida os desprezados pelas elites e governantes.

E, neste ano, em especial, o carnaval fora de época trouxe temas e enredos que enaltecem os negros, os escravizados pelo sistema de exploração, os povos Indígenas seus ambientes, direitos e territórios.

Trouxe as verdades da violência contra as vidas e corpos das mulheres, contra os homossexuais, gays, lésbicas, travestis, transgêneros.

Trouxe a denúncia contra a fome, o desprezo pelos pobres, o desemprego, a miséria, a falta de saneamento básico, a tirania e os tiranos que nos governam.

O carnaval fora de época trouxe a dor embelezada pelas cores, adornos, pelas poesias dos enredos, pelos rostos sorridentes.

Mas se percebeu que estes sujeitos da exclusão estão despertados para um amanhã que se avizinha ainda mais duro e perverso e que, apesar de tudo, as migalhas dos ricos jogadas no chão se tornam sementes das resistências, das lutas e enfrentando de um sistema de políticas, de políticos, empresas e corporações que gerenciam o mundo através da exploração dos corpos, da mão de obra escrava, das águas e de todo o meio ambiente.

Carnaval fora de época, coisas do Brasil tropical e de um mercado sedento, mas que, dessa feita, ocorreu num ambiente social, econômico, cultural e político propício para o debate e a reflexão sobre o que se pretende com o país e o mundo.

De um mundo em guerra, onde as potências bélicas medem forças para demonstrar quem tem mais capacidade de matar e devastar a humanidade.

De um tempo de intolerâncias, de abusos de autoridades, de questionamentos às liberdades individuais e coletivas, de racismo exacerbado, de um machismo aflorado, de homofobia e xenofobia sufocantes.

De um Brasil em que os direitos dos povos originários e comunidades tradicionais são atacados diariamente, seus territórios arrasados pela ganância, ódio, desprezo e que têm seus corpos violentados pela covardia.

De um período em que nos bairros pobres e periferias as polícias e milícias fazem campana, tocaia, para abordar, sequestrar e prender pobres e pretos que são, invariavelmente, agredidos, torturados, condenados e, na maioria das vezes, sem saber do que são acusados, mas sentem o desprezo, o bafo quente de um racismo de estado.

De um carnaval fora de hora, em que ele, com sua arte, expressões culturais, das mais significativas e enraizadas do mundo, ele- carnaval- se move para dizer que está vinculado a realidade, com aquilo que acontece pelo país e pelo mundo.

Estão, sempre, lá nos desfiles, puxando a beleza dos passos, fazendo rodar os corpos, sambando na avenida os desprezados pelas elites e governantes.

E, neste ano, em especial, o carnaval fora de época trouxe temas e enredos que enaltecem os negros, os escravizados pelo sistema de exploração, os povos Indígenas seus ambientes, direitos e territórios.

Trouxe as verdades da violência contra as vidas e corpos das mulheres, contra os homossexuais, gays, lésbicas, travestis, transgêneros.

Trouxe a denúncia contra a fome, o desprezo pelos pobres, o desemprego, a miséria, a falta de saneamento básico, a tirania e os tiranos que nos governam.

O carnaval fora de época trouxe a dor embelezada pelas cores, adornos, pelas poesias dos enredos, pelos rostos sorridentes.

Mas se percebeu que estes sujeitos da exclusão estão despertados para um amanhã que se avizinha ainda mais duro e perverso e que, apesar de tudo, as migalhas dos ricos jogadas no chão se tornam sementes das resistências, das lutas e enfrentando de um sistema de políticas, de políticos, empresas e corporações que gerenciam o mundo através da exploração dos corpos, da mão de obra escrava, das águas e de todo o meio ambiente.

Roberto Antônio Liebgott é Missionário do Conselho Indigenista Missionário/CIMI. Formado em Filosofia e Direito.
A opinião do/a/s autor/a/s não necessariamente representa a opinião de Desacato.info.

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