O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, foi ao Twitter exaltar a sua ligação com o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), investigado pelo Judiciário do Rio por envolvimento em um lavagem de dinheiro e em um esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio, onde o parlamentar cumpria mandato de deputado estadual antes de ser eleito para o Senado. Castro assumiu o governo após o afastamento de Wilson Witzel, determinado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) por causa de irregularidades em contratos de saúde.
“Recebi agora há pouco uma ligação do senador @FlavioBolsonaro, que se colocou à disposição para ajudar o Estado do Rio de Janeiro na renovação do Regime de Recuperação Fiscal. Diálogo! Todos pelo Rio!”, escreveu o chefe do Executivo fluminense no Twitter.
Recebi agora há pouco uma ligação do senador @FlavioBolsonaro, que se colocou à disposição para ajudar o Estado do Rio de Janeiro na renovação do Regime de Recuperação Fiscal. Diálogo! Todos pelo Rio!
— Cláudio Castro (@claudiocastroRJ) August 31, 2020
Ao apoiar o afastamento de Witzel, a Procuradoria-Geral da República (PGR) informou que ele usou o escritório de advocacia da esposa, Helena, para receber R$ 500 mil em propinas por contratos emergenciais no combate à epidemia do coronavírus
O filho de Jair Bolsonaro é investigado no Rio por conta de um esquema conhecido como rachadinha, quando se recolhe parte dos salários de funcionários para beneficiar políticos ou assessores.
O principal assessor de Flávio Bolsonaro na Alerj era Fabrício Queiroz, preso no dia 18 de junho em Atibaia (SP), onde estava escondido em um imóvel que pertence a Frederick Wassef, então advogado do senador – depois ele deixou a defesa do parlamentar.
De acordo com relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), Queiroz fez movimentações financeiras atípicas. Foram R$ 7 milhões de 2014 a 2017, apontaram cálculos do órgão.
O procurador da República Sérgio Pinel afirmou ter encontrado “fortes indícios da prática de crime de lavagem de dinheiro” envolvendo Flávio. O Ministério Público do Rio (MP-RJ) investiga o possível esquema de rachadinha no antigo gabinete de Flávio na Alerj desde 2018 e já disse ter encontrado indícios de que o senador lavou R$ 2,27 milhões com compra de imóveis e em sua loja de chocolates.