Nova temporada do espetáculo “O Capital”

O grupo Arlequins, da Cooperativa Paulista de Teatro, há mais de 40 anos se dedica ao fazer teatral. No diálogo entre os artistas e o público desenvolve sua poética, que retrata a síntese do que fazem no presente e no passado, segundo Ana Maria Quintal atriz e dramaturga “aprenderam a sentir nos ventos onde buscar esse essencial do teatro: o público, espectadores públicos, problemas públicos, a comunidade, sempre, como centro, na tentativa de superar os conceitos de cultura-opressora”. Há que chegar a ele, o público, esse direito. Acreditar na arte como expressão política e na busca da construção de “um humano que supere, a nossa pouca humanidade”, assim segue o Arlequins.

O espetáculo “O Capital – Arlequins apresenta Marx” é uma comédia épica inspirado na obra O Capital, de Karl Marx. Em cena estão atores/narradores transitando com várias figuras históricas, literárias e mitológicas, citadas pelo autor ou criadas pela fantasia Arlequins como Adam Smith, Cérbero, Circe, Engels, Fausto, Marx, Mefistófeles, Midas, Prometeu, Robinson Crusoé, Sexta-Feira, Trabalhadores, Ulisses e outros ilustrando através de situações cômicas e muita música cada episódio. 
Iná Camargo Costa espectadora do espetáculo analisa que “…Desde 1960, quando Augusto Boal escreveu Revolução na América do Sul, o teatro brasileiro está posto diante do desafio de encenar a exploração dos trabalhadores segundo os mais exigentes critérios da crítica da economia política. Vianinha encarou a pauta e escreveu A mais-valia vai acabar, seu Edgar. Enquanto Boal se limitou a criticar a ideologia liberal de maneira extremamente bem humorada, Vianinha foi mais longe e, com o mesmo recurso cênico, expôs o segredo da mais-valia absoluta. Boal desmascarou as teses que giram em torno do dogma segundo o qual qualquer aumento de salário provoca uma alta geral dos preços. Vianinha, aproveitando a crítica de Marx aos socialistas que propunham a substituição de salários por vales, mostrou que o mercado se apropria dos vales-hora-de-trabalho que o trabalhador não tem condições de usar, ou que ultrapassem o mínimo. E o “sonho de consumo” se transforma no palco em pesadelo na feira ilusória que os economistas usam como sinédoque do mercado.(…) O grupo teatral Arlequins foi muito mais longe: resolveu encenar O Capital como um todo. (..) avançaram no desafio de dar existência cênica à crítica de Marx à economia política buscando os equivalentes estéticos dos principais teoremas daquele tratado. Para tanto, além dos estudos metódicos do próprio livro, aprofundaram-se no exame do humor de Marx, essencial para a compreensão dos movimentos de seu pensamento e de sua escrita. (…)O trabalho dos Arlequins prova que, ao contrário do que diz a lenda, O Capital pode ser entendido por qualquer um de nós.”

Mais informações sobre a peça podem ser obtidas através do email arlequinsgrupodeteatro@gmail.com ou pela página “Arlequins Grupo de Teatro” no Facebook.

FICHA TÉCNICA
O CAPITAL – Arlequins apresenta Marx
Texto – Éjo de Rocha Miranda e Ana Maria Quintal
Direção – Sérgio Santiago
Elenco – Alexandre Garcia
Ana Maria Quintal
Danielle Agostinho
Fillipe Gomes
Iluminação – Ira Montenegro
Sonoplastia – Miranda
Operação técnica – João Riddle
Artes Gráficas/Fotografia – Marisa Quintal
Produção Executiva – Danielle Agostinho
Web designer – Edson Frank 
Realização – Arlequins
Cooperativa Paulista de Teatro
- nas citações da obra de Marx utilizamos como fonte de referência a edição da Boitempo –

Serviço:
O CAPITAL – Arlequins apresenta Marx
comédia épica
Teatro Espaço Cultural Lélia Abramo
Rua Carlos Sampaio, 305 – Bela Vista 
Travessa da Av. Paulista – Metrô Brigadeiro
De 26/08 a 30/09 – domingos às 20:30hs
“PAGUE QUANTO PUDER”

Contato para imprensa:
arlequinsgrupodeteatro@gmail.com
anaquintal.arlequins@gmail.com
cel/whatsapp – (11) 99121-2071

[1] Iná Camargo Costa* é professora aposentada da FFLCH da USP, autora de vários ensaios e livros sobre o teatro brasileiro e reconhecida pesquisadora sobre a obra de Bertolt Brecht, que militou em vários grupos de teatro de São Paulo e é assessora da Coordenação de Cultura do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here


This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.