Nota sobre o Movimento Passe Livre e a esquerda

    MPL 2Por Glauco C. Marques.

    As manifestações do MPL atraíram grande apoio popular, e isto está relacionado com três questões importantes presentes na práxis deste movimento. São elas:

    -Propostas e objetivos bem definidos, traduzidos em palavras de ordem muito claras;

    -Organização horizontal com decisões tomadas sempre pelo coletivo. O MPL não é uma federação de movimentos e partidos. Cada participante se auto representa. Não é anti-partidário, mas apartidário. Não é correia de transmissão de partidos ou de outras organizações.

    -O princípio da Ação Direta presente no MPL, onde quem decide é quem executa, sem buscar intermediários ou ter como meta ser um movimento institucionalizado e nem eleger representantes para o parlamento.

    Alguns setores da esquerda tem feito críticas a ação do MPL, as quais vão desde acusá-lo de somar com a direita, até os que o qualificam de “anarquistas irresponsáveis”. Na realidade existe uma certa surpresa de quase toda esquerda quanto ao MPL.

    Estes setores não compreenderam que num processo transformador, além de partidos e de organizações constituídas objetivamente para intervir na disputa política, é necessária a existência de movimentos sociais com autonomia, que expressem lutas concretas da população e estejam conectados com as possibilidades de superação do sistema do capital. O MST e o MPL, sem desconsiderar suas diferenças de concepções, são exemplos destes movimentos imprescindíveis.

    Sem a existência de movimentos com estas características, o mais provável é que em cada avanço obtido, partidos que se estabeleçam no aparelho do estado se acomodem e atuem como trava a novas transformações.

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