Nota de repúdio – Indígenas Xokleng

O Movimento Nacional de Direitos Humanos – SC (MNDH-SC) vem a público repudiar o assassinato do jovem indígena Xokleng, Ariel Paliano, 26 anos, encontrado morto numa estrada de chão, na manhã do dia 27 de abril, sinais de violência.

Os Xokleng são um grupo de indígenas que moram na Terra Indígena Xokleng Ibirama Laklãnõ, situada nos municípios de José Boiteux e Vitor Meireles.

Existem nove aldeias, onde vivem 496 famílias que durante anos tiveram suas terras invadidas pelos não indígenas.

A saga dos Xokleng No Alto Vale do Itajaí, a colonização só se afirmou na medida em que os indígenas foram confinados na reserva.

A Polícia Federal vai apurar a denúncia de tiros disparados contra a casa de uma família indígena no território Xokleng. Uma equipe de agentes esteve na Aldeia Bugio na quarta-feira (3) para periciar o local e colher depoimentos. De acordo com Cleber Buzatto, do Conselho Indigenista Missionário, a dinâmica narrada pelos moradores deixa a sensação de que o objetivo não era assustá-los e sim matar.

O ataque ocorreu por volta das 23h20min de sábado (30), véspera da Páscoa. A casa alvo dos tiros fica a cerca de 30 metros da estrada, em uma área sem iluminação pública, no limite entre os municípios de Doutor Pedrinho, no Médio Vale do Itajaí, e Itaiópolis. A área é alvo de disputa e deu origem ao julgamento do Marco Temporal no Supremo Tribunal Federal (STF),

Os moradores relataram às autoridades ter acordado assustados com o barulho dos disparos. Teriam sido três tiros para o alto e outros três na direção da porta. Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra um projétil na parede de madeira. Após o ataque, o carro teria saído em alta velocidade, sem que os moradores conseguissem identificar cor ou modelo.

Quatro pessoas estavam na residência no momento, mas ninguém se feriu. O Ministério Público Federal (MPF) foi informado na segunda-feira (1º) e acionou os órgãos de investigação. Segundo o Conselho Indigenista Missionário, uma carta feita à mão pelos indígenas pede as autoridades investiguem “a fundo os fatos para identificar e punir as pessoas responsáveis pelo ataque a tiros contra nossos familiares”.

Para as lideranças, foi um crime premeditado.

A mãe de Ariel e o seu padrasto, assim como o cacique-geral, estavam fora. A informação sobre a morte ocorreu quando os Xokleng já retornavam para Santa Catarina, na noite de sexta-feira (26). De acordo com Setembrino, as lideranças aguardam o laudo pericial e uma posição oficial para emitir uma posição:

A solicitação para segurança é através da Fundação Nacional dos Povos Indígenas, antiga Funai. O grau de violência pode indicar que se trata de um crime marcado por ódio. Também chama a atenção, o fato de ter ocorrido num dia em que muitos Xokleng estavam fora do território, em Brasília, participando de uma mobilização nacional que reivindica a demarcação de terras.

Nesse momento, a gente precisa contar com segurança de federais para tranquilizar a comunidade. Sabemos que a questão do Marco Temporal voltou a tensionar os indígenas de todo o país.

Setembrino relembrou que dias atrás, em função de denúncias de ameaças e até tiros contra famílias que estão na retomada do território, em Bonsucesso, havia já solicitado a presença policial.

Assina esse documento:

– MNDH-SC – Movimento Nacional de Diretos Humanos – SC

Para adesão, as instituições devem preencher os dados no formulário: https://forms.gle/cTMNcXUzSGqvsJ858

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