O Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) sublinha numa nota que 2017 «marca os 100 anos da Declaração Balfour (1917), os 70 anos do plano de partição da Palestina (1947) e os 50 anos do início da ocupação por Israel (1967) da Margem Ocidental, de Jerusalém Oriental e da Faixa de Gaza».
A organização solidária lembra que, hoje, «permanece por cumprir a resolução 181 da ONU [Organização das Nações Unidas] que previa a criação de um Estado palestino», prolongando-se, deste modo, «um drama político e humanitário com um longo cortejo de vítimas que constitui, ao mesmo tempo, uma ameaça à paz e à segurança mundial».
Neste contexto, uma centena de figuras da vida pública portuguesa decidiram «subscrever o manifesto “Justiça para a Palestina”, reclamando que seja saldada esta dívida histórica para com o povo palestino», revela o MPPM, acrescentando que a apresentação do documento terá lugar na próxima quinta-feira, às 18h30, na Casa dos Bicos (Lisboa).
Declaração Balfour
De acordo com a Declaração Balfour, proferida a 2 de Novembro de 1917, o governo britânico prometia à Federação Sionista favorecer, na Palestina – então sob domínio otomano e maioritariamente habitada por árabes –, a constituição de um «lar nacional para o povo judaico».
A promessa, feita inteiramente à revelia do povo palestino, foi incluída numa carta enviada pelo Secretário britânico dos Negócios Estrangeiros, Arthur Balfour, a Walter Rothschild, líder da comunidade judaica no Reino Unido, devendo ser entregue à Federação Sionista da Grã-Bretanha e da Irlanda.
O texto tornou-se público uma semana depois, a 9 de Novembro de 1917, e veio a revelar-se funesto para o povo palestiniano, na medida em que o apoio britânico ao sionismo e a repressão sobre a resistência palestina abriram caminho à formação do Estado de Israel, em 1948, acompanhada por uma enorme violência e pela expulsão de centenas de milhares de palestinos das suas terras. A declaração é, assim, encarada como um dos elementos fundadores do conflito israelo-palestino na actualidade.
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Fonte: AbrilAbril.