Milhares de manifestantes argentinas realizam nesta sexta-feira (03/06) a segunda marcha do movimento #NiUnaMenos (Nem Uma a Menos), na capital, Buenos Aires, e em outras cidades do país. Organizações sociais, de direitos das mulheres e de direitos humanos também participam da manifestação.
As organizadoras do protesto disseram que a marcha é “pelas que não puderam gritar, pelas que não puderam se salvar, pelos filhos que o feminicídio deixou sem mãe”. O lema da marcha deste ano é “Vivas nos queremos”.
A concentração na capital argentina ocorreu a partir do fim da tarde desta sexta em frente ao Congresso Nacional. Até o momento não existe um número oficial de manifestantes pelo país.
Há um ano ocorreu a primeira edição da marcha, que contou com cerca de 200 mil manifestantes. Desde o protesto do ano passado, foram registrados 275 feminicídios — assassinatos de mulheres por motivos de gênero — na Argentina, o que significa três mulheres mortas a cada quatro dias no país, cerca de um feminicídio a cada 30 horas. O dado é da ONG argentina La Casa del Encuentro.
Segundo a organização, em quase 80% dos casos os assassinos eram conhecidos da vítima — como maridos, namorados, ex-companheiros, pais, padrastos, vizinhos ou filhos. Na maioria dos feminicídios, o crime ocorreu na residência da vítima, do assassino ou de ambos.
EFE
Manifestantes pedem mais dados e estudos sobre violência contra as mulheres na Argentina
Os levantamentos anuais mais recentes feitos por La Casa del Encuentro indicam um número mais ou menos estável de feminicídios: 295 em 2013, 277 em 2014, e 286 em 2015. Grupos e movimentos dos direitos das mulheres defendem que estatísticas sobre a violência de gênero no país irão ajudar no desenvolvimento de políticas públicas.
“A Argentina não conta com estatísticas nem números precisos que dimensionem a violência machista. Necessitamos de cifras, mapeamentos, estatísticas e metodologia”, diz a descrição de uma petição online do movimento #NiUnaMenos que pede levantamentos numéricos sobre a violência contra as mulheres no país.
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Fotos: EFE