A performance Não Representadas é o resultado de um processo de formação em teatro promovido pela ADEH – Associação em Defesa dos Direitos Humanos com Enfoque na Sexualidade, através do projeto TEATRO LÍDER, contemplado na última edição do Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura.
Oficinas técnicas e artísticas foram oferecidas gratuitamente nos últimos seis meses à comunidade atendida pela ADEH, e agora chegou o momento de mostrar ao mundo o que foi construído a partir das diversas experiências de criação artística que o grupo teve acesso nas áreas de dramaturgia, figurino, maquiagem, produção e audiovisual. Além do espetáculo, será exibido um curta-metragem produzido em uma das oficinas.
O processo de criação da performance teatral “Não representadas” foi definido através de metodologias de improviso e da investigação de procedimentos documentais. A ideia de RESISTÊNCIA foi disparadora de exercícios e jogos que iniciaram os participantes na linguagem do teatro e da performance. Em seguida os atores foram convidados a relatar passagens autobiográficas que significassem trajetórias pessoais de resistência.
Algumas dessas histórias foram objeto de improvisações e organização dramatúrgica, e transformaram-se em cenas que transitam por tons, abordagens e linguagens diversas entre narrativa, depoimento, performance e representação. O objetivo era que os participantes encontrassem no processo criativo um espaço de acolhimento e resistência, e que fossem autores e protagonistas de sua própria representação. O elenco é diverso em cores, histórias e experiências. A saber: Alex Kizme, Carla Figueiredo, Jenn Lopez, Jéssica Modesto, Johnny Beng, Laurinha Brelaz, Rita Feijão, Suélen Rosa e Vicky Silveira.
O curta-metragem produzido na oficina de audiovisual e que também será exibido nas noites das apresentações, também trabalha a narrativa dentro do gênero documentário.
As aulas se dividiram entre teoria e prática, resultando na escolha do tema “ADEH e Resistência”, tendo como personagens pessoas trans que possuem algum vínculo com a associação. A artista e ativista Selma Light, conhecida e reconhecida no estado e fora dele, é uma delas. A gravação foi toda realizada com o equipamento disponível da ADEH e dxs próprixs alunxs, buscando mostrar que é possível realizar um documentário com meios de produção acessíveis, quando se tem uma boa história para contar.
As histórias de resistência permearam todo o projeto e na próxima terça, 29 de janeiro, Dia Nacional da Visibilidade TRANS, terão lugar no palco e na tela do teatro SESC Prainha, com entrada franca.
SERVIÇO
[O quê?] Espetáculo “Não representadas” + Exibição de curta-metragem
[Quando] 29, 30 e 31 de janeiro, às 20h; 1º de fevereiro, às 17h e às 20h
[Onde] Teatro SESC Prainha (Tv. Siríaco Atherino, 100)
[Quanto] Entrada franca (ingressos distribuídos no local a partir das 19h)
Sobre o projeto Teatro Líder
O ciclo de ações de formação em artes cênicas e audiovisuais voltado para a comunidade LGBT a fim de instrumentalizar os participantes em técnicas e conceitos fundamentais para a criação artística nas linguagens do teatro, performance e documentário.
O projeto teve o apoio do SESC Prainha através do projeto Espaço Criação.
Projeto realizado com o apoio do Estado de Santa Catarina, Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, Fundação Catarinense de Cultura, FUNCULTURAL e Edital Elisabete Anderle/2017.
Oficinas e ministrantes
Dramaturgia: Malcon Bauer
Interpretação: Malcon Bauer, Renato Turnes e Vicente Concilio
Figurino: Karin Serafin
Maquiagem: Lu Medeiros
Audiovisual: Cíntia Domit Bittar
Produção: Milena Moraes
Alunes participantes das oficinas de formação em teatro:
Alex Kizme, Carla Figueiredo, Jenn Lopez, Jéssica Modesto, Johnny Beng, Laurinha Brelaz, Rita Feijão, Suélen Rosa, Vicky.
Alunes participantes da etapa de teoria e produção da formação em audiovisual:
Mariana Rotili, Jackson Adriano, Carla Figueiredo, Matheus Martins, Johnny Beng, Clayton Sena, Victoria Silveira.
Alunes participantes da etapa de montagem e finalização da formação em audiovisual:
Mariana Rotili e Jackson Adriano.
Sobre a ADEH: Associação em Defesa dos Direitos Humanos com Enfoque na Sexualidade, atua há mais de duas décadas em Florianópolis visando a garantia de direitos, a promoção de saúde e a discussão dos Direitos Humanos e de políticas TLGB (Travestis, Transexuais, Lésbicas, Gays e Bissexuais). Embora o foco de trabalho sempre tenha sido a população TLGB, os resultados de suas iniciativas ampliaram a atuação da Associação e os projetos de acolhimento e de acompanhamento de pessoas em situação de vulnerabilidade hoje são referência no âmbito municipal e estadual.