Por Jaine Fidler Rodrigues, para Desacato.InfoHá uma semana, em Pinhalzinho, o Leo Clube Ômega realizou a pintura do “Muro do amor”, com às cores da comunidade LGBTQI+. A ideia preza pelo amor e respeito. A organização sem fins lucrativos tem como valores o respeito, igualdade e inclusão. “Porque não existe diferença, quando se tem respeito”, destacam em publicação no perfil de Instagram.
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No município de 20.712 de habitantes (IBGE/2020) e com etnia predominante de origem alemã e italiana, a arte gerou polêmica. Entre manifestações favoráveis e desfavoráveis, ontem, segunda-feira (4), o muro foi pintado de cinza.
Segundo a diretora social da entidade, Kauana Santos, a organização acatou uma recomendação. Sendo que, ainda será realizada manifestação oficial do grupo para externar sobre o assunto. Tendo em vista a cautela diante de tantas manifestações realizadas após a divulgação de imagens da pintura do muro, de cinza.
Alguns pinhalenses, indignados com o fato, criaram a HasthTag #murocinzanão, um perfil no Instagram e grupo no WhatsApp para organização do movimento. De acordo com informações compartilhadas, foi realizado contato com a UNA LGBT Chapecó e pretende-se realizar uma parada LGBTQI+ em 16 de julho no município.
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Diante do acontecimento, a psicóloga e militante, Karolina Neu, reflete sobre a simbologia de pintar o muro com a cor cinza: “Parece que eles queriam esconder nossa identidade, como se a cidade e os espaços da sociedade tivessem que ser padronizados apenas de uma cor. Então, pintar a nossa bandeira, pintar ela de cinza é como querer esconder que aqui em Pinhalzinho tem LGBT’s, tem travestis, enfim tem a nossa comunidade.”
Para ela, os responsáveis pela recomendação ao Leo Club escancara a homofobia, o preconceito e o ódio em Pinhalzinho. “A gente conseguia se identificar na nossa cidade, no nosso espaço que a gente circulava. Então, foi algo que nos tiraram, mas isso é um reflexo de algo muito maior que acontece todos os dias”, destaca.
Karoline também afirma que a união para dar respostas move forças para continuar resistindo e mostrar para a sociedade pinhalense a existência da comunidade LGBTQI+. “A gente quer ocupar esses espaços, sejam eles em muros coloridos, sejam comércios, ruas, enfim, os lugares que são nossos de direito”, conclui.
A profissional de dança e produtora cultural, Paola Zonta, também compartilhou em suas redes sociais, vídeo produzido em 2020 em defesa dos direitos LGBTQI+.
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Em suma, ao analisar acontecimentos como este fica claro o quanto, raízes históricas-culturais geram nas pessoas, preconceito e incapacidade de respeitar diferenças. Principalmente, a importância ações em defesa dos direitos de ser e amar.
Texto: Jaine Fidler Rodrigues