Mundo chega a número recorde de 82,4 mi de refugiados e deslocados

A Síria entrou em seu décimo ano de conflito e contabiliza, sozinha, 13,2 milhões de pessoas refugiadas, solicitantes da condição de refugiado e pessoas deslocadas internamente. Foto: ACNUR/Christopher Reardon

Apesar da crise de covid-19, o número de pessoas fugindo de guerras, violência, perseguição e violações dos direitos humanos, no ano passado, não foi contido, mas subiu para um recorde de quase 82,4 milhões de pessoas.

A conclusão é do relatório “Tendências Globais da Agência da ONU para os Refugiados”, Acnur, divulgado esta sexta-feira (18/06) em Genebra. O número representa um aumento de 4% em relação aos 79,5 milhões de 2019.

A agência pediu aos líderes mundiais que intensifiquem seus esforços para promover a paz, com o objetivo de reverter a tendência de aumento do deslocamento que dura há uma década.

No final de 2020, havia 20,7 milhões de refugiados sob a tutela do Acnur, incluindo 5,7 milhões de palestinos e 3,9 milhões de venezuelanos. Outros 48 milhões são deslocados internamente e 4,1 milhões requerentes de asilo.

Apesar da pandemia e dos apelos por um cessar-fogo global, o conflito continuou a expulsar as pessoas de suas casas.

Em comunicado, o alto comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, disse que “por trás de cada número está uma pessoa forçada a deixar sua casa e uma história de deslocamento, privação e sofrimento.”

Grandi lembrou que as pessoas “merecem nossa atenção e apoio não apenas com ajuda humanitária, mas também para encontrar soluções para sua situação.”

Ele falou da importância da Convenção para Refugiados de 1951 e o Pacto Global sobre Refugiados, mas afirmou que é precisa “muito mais vontade política para enfrentar os conflitos e perseguições que obrigam as pessoas a fugir em primeiro lugar.”

Crianças

Meninas e meninos com menos de 18 anos representam 42% de todas as pessoas deslocadas à força. Novas estimativas mostram que quase um milhão de crianças nasceram como refugiadas entre 2018 e 2020. Muitas delas podem permanecer refugiadas por muitos anos.

Para o alto comissário, “a tragédia de tantas crianças nascidas no exílio deve ser razão suficiente para fazer esforços muito maiores para prevenir e acabar com o conflito e a violência.”

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