Movimento que “quebrou” site de Steve Bannon chega ao Brasil, mirando a extrema-direita

    Sleeping Giants ganha uma versão brasileira no Twitter, com intuito de minar a sustentação financeira de sites que vivem de fake news

    Foto: Isac Nóbrega/PR.

    Imagine um movimento no Twitter conseguir convencer grandes marcas a parar o financiamento, via publicidade automática no Google, de sites de extrema-direita que praticamente vivem de fake news.

    Esse movimento existe, conseguiu “quebrar as pernas” do blog de notícias idealizado por Steve Bannon, e agora chega ao Brasil, mirando os portais que estão ao lado do governo de Jair Bolsonaro.

    O movimento no Twitter se chama Sleeping Giants. A experiência nos Estados Unidos foi conduzida por um publicitário que se manteve no anonimato durante muito tempo. Ele criou a conta para chamar a atenção de empresas e consumidores sobre os anúncios em sites extremistas.

    No caso do Breitbart News, de Bannon, a polêmica era certa, pois o portal de “notícias”, tendencioso, foi usado para atacar adversários políticos de Trump com golpes baixíssimos. Além de tudo, tem relação com supremacistas brancos.

    Segundo um documentário da Netflix, o Breitbart perdeu 8 milhões de euros (ou 50,7 milhões de reais) em publicidade no Google por culpa do Sleeping Giants.

    Um dos atos realizados pelo Sleeping Giants nos EUA foi uma vaquinha online que patrocinou uma ação para convencer a Amazon a parar de anunciar em blogs de extrema direita.

    Os anúncios questionados são os de mídia programática. Muitas vezes, as marcas participam de leilões no Google e não afinam os critérios para descartar esses portais que atacam direitos humanos e minam as bases da democracia.

    Após o El País Brasil contar da iniciativa lá fora, um estudante brasileiro que desenvolve pesquisas sobre fake news decidiu criar uma conta Sleeping Giants para o Brasil. A conta tem aval dos precursores norte-americanos e já ganhou mais de 20.000 seguidores.

    “Enquanto a conta original norte-americana se define como “um movimento para tornar o fanatismo e o sexismo menos lucrativos”, o perfil adaptado ao contexto político brasileiro pretende “impedir que sites racistas ou de fake news monetizem através da publicidade””, descreveu El País.

    De acordo com o jornal, pelo menos duas empresas – Telecine e Dell – já se comprometeram a suspender publicidade no site Jornal da Cidade Online, que em 2018 ajudou Bolsonaro espalhando fake news.

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