México se dessangra e os mexicanos choram porque perderam pro Chile

Por Ana Rosa Moreno, Puebla, México, para Desacato.info.

(Português/Español).

Sem dúvida, a semana passada foi muito forte para os mexicanos e não me refiro ao chocolate que a seleção chilena de futebol deu à mexicana. De fato, não sei nada de futebol e não vou falar disso, mas dos acontecimentos sanguinários e violentos que houve; isto é que merece atenção em vez da crítica à partida do sábado.

Enquanto o mundo estava em estado de choque pelo ocorrido em Orlando, massacre que não foi um ato terrorista orquestrado pelo Daesh senão uma expressão radical de homofobia; aqui no México, para ser mais exatos em Puebla, começavam a circular as notícias do assassinato de quase uma família inteira, de um ataque de sicários contra os jogadores de beisebol e público do jogo e o massacre em Veracruz numa boate LGBT. Enquanto escrevo, os meios, que não são Televisa ou TV Azteca (as maiores cadeias do país e que controlam os meios de informação) informam sobre a morte de 6 professores manifestantes e 51 feridos em Nochixtlán, uma cidadezinha no estado de Oaxaca. Devido a que considero que cada um dos fatos descreve o México violento e sanguinário de hoje, irei desenvolvendo-os em modo de jornal de notícias.

Em 21 de maio, um grupo de homens armados entraram à boate gay Madame em Xalapa, Veracruz, começaram a disparar à toa, assassinaram e feriram várias pessoas. A notícia foi transmitida nos meios nacionais. Embora acontecesse faz semanas, ela foi repetida por causa da pouca importância e a que nenhum país, ONG ou sociedade civil condenasse o fato e porque  não teve o nível de importância do massacre do domingo em Orlando, tratando-se do mesmo tipo de caso de violência à comunidade LGBT. Parece que as mortes de países que não são do primeiro mundo não importam.

No domingo 12 de junho, durante uma partida de beisebol de uma Liga amadora no município de Acatzingo, Puebla, um grupo de 20 sicários chegaram armados com rifles de assalto AK-47 e começaram a disparar contra os jogadores e o público. O ataque deixou dois mortos e pelo menos 11 feridos.

na segunda-feira 13 de junho, a rádio local informava sobre o homicídio múltiplo de uma família evangélica. No início, se pensou que o motivo foi religioso, porque no município de Coxcatlán, as pessoas se dividem em evangélicos e católicos. Horas mais tarde anunciavam que o motivo do massacre era um assunto de vingança da mulher que tinha sido estuprada por um dos assassinos. Ela o tinha denunciado faz 9 anos, razão pela qual o sujeito homicida esteve preso.

Enterro de vítimas de massacre em El Mirador. Foto: La Jornada de Oriente.
Enterro de vítimas de massacre em El Mirador. Foto: La Jornada de Oriente.

De acordo com os relatos, dois homens chegaram a pé, entraram à casa e dispararam contra todos os que ali se encontravam. Não se importaram com os menores de idade. Houve 11 mortos e 3 sobreviventes, um deles o menino produto do estupro.  As autoridades locais se mobilizaram para ajudar os sobreviventes e para pagar as despesas com o funeral.

19 de junho, enquanto escrevo esta matéria, os professores dissidentes do CNTE (a Coordenadora Nacional de Trabalhadores na Educação) da seção 22 de Oaxaca mantinham duros enfrentamentos com a polícia estadual e federal. Os manifestantes rejeitam a Reforma Educativa. Há semanas que tem paralisações nas escolas, fechamentos de avenidas importantes, manifestações violentas tanto em Oaxaca como em Chiapas. Nas redes sociais se informava à população que o presidente da República, Enrique Peña Nieto, tinha enviado dois aviões com policiais armados para reprimir as manifestações. No domingo, os uniformados entraram  disparando a matar para tentar dissolver os protestos em Nochixtlán. Os enfrentamentos entre os professores dissidentes junto com a população civil contra a polícia deixaram 7 mortos (já confirmados), 51 feridos e 27 pessoas presas. Os hospitais públicos se recusaram a dar assistência médica.

Polícia mexicana enfrenta os professores em Nochixtlán, Oaxaca. Foto: Desinformémonos.
Polícia mexicana enfrenta os professores em Nochixtlán, Oaxaca. Foto: Desinformémonos.

O governador de Oaxaca, Gabino Cué negou o uso de armas durante os enfrentamentos. O funcionário desmentiu a versão e disse que os policiais só levavam capacete e escudos. Porém, as redes sociais compartilhavam fotografias e vídeos onde se vê com clareza que a polícia estava bem armada, que disparou contra os manifestantes e que não eram balas de borrachas, mas reais.

Sendo hoje segunda-feira 12:24 da madrugada, foram desligadas as luzes do “zócalo” da cidade de Oaxaca e a polícia entrou a despejar o plantão que mantém os professores dissidentes. Informam sobre tiros, cortes de luz e presença de ambulâncias.

Várias organizações começam a se organizar para mostrar sua rejeição aos atos violentos por parte do Estado contra os professores e para pedir a renúncia do Secretário da Educação Pública  Aurelio Nuño. E como as coisas ficarão tensas nessa semana, prometo fazer um resumo dos fatos que houver.

Voltando pro assunto dos homicídios no México, nos últimos 28 meses foram assassinados quase 78 mil mexicanos e mexicanas. Ou seja, quase 100 pessoas são assassinadas todo dia, quase 4 pessoas por hora. E destes crimes, 6 de cada 10 se cometem pelo crime organizado; dados de Semáforo Delictivo, Sin embargo e SESNSP.

Sem dúvida, apesar de que o país do norte fica maluco com a sua islamofobia sem fundamentos, ataques terroristas inventados e seus tradicionais massacres, a verdadeira história de terror se escreve no México. E é que o governo e o crime organizado fizeram do país uma batalha campal onde os perdedores somos nós. É chato que o cidadão comum sinta mais raiva e vergonha de uma seleção que perdeu 7-0, que do que acontece em Oaxaca e no país em que se perdem vidas todo dia. Aliás, as pessoas nem sabem o que aconteceu.

Fotos: Desinformémonos.


México se desangra y los mexicanos lloran porque la selección mexicana perdió ante los chilenos

Por Ana Rosa Moreno, Puebla, México, para Desacato.info.

Sin duda la semana pasada fue muy fuerte para los mexicanos y no me refiero por  la goliza que la selección chilena le metió a la selección mexicana. De hecho, yo no sé nada de fútbol y no voy hablar de fútbol sino de los acontecimientos sanguinarios y violentos que han ocurrido esta semana, que merecen atención en lugar de criticar el partido del sábado.

Mientras el mundo entero estaba shockeado por lo ocurrido en Orlando, masacre que no fue un acto terrorista orquestado por Daesh sino más bien es una expresión radical de homofobia, aquí en México, para ser más exactos en Puebla, empezaba a circular la noticia del asesinato de casi una familia entera y de un ataque de sicarios contra los jugadores de béisbol y asistentes del partido yla masacre ocurrida en Veracruz en un centro nocturno LGBT. Mientras escribo esta nota se divulgan las noticias que nada tienen que ver con Televisa o Tv azteca (las televisoras más grandes del país y que controlan los medios de información). Se informa sobre la muerte de 6 maestros manifestantes y 51 heridos en Nochixtlán, un poblado en el estado de Oaxaca. Y debido a que considero que cada uno de los acontecimientos describe el México violento y sanguinario de hoy, los iré desarrollando a modo de noticiario.

El 21 de mayo, un grupo de hombres armados entraron al centro nocturno LGBT Madame en Xalapa, Veracruz. Legaron y empezaron a disparar al azar, asesinando e hiriendo a varias personas. La noticia tuvo réplica en los medios nacionales  y aunque este hecho ocurrió hace semanas, los medios la republicaron debido a la poca importancia y las cero condenas de los países, ONG y sociedad civil . Tampoco tuvo el nivel de importancia como la masacre del domingo en Orlando, siendo el mismo tipo de caso de violencia hacia la comunidad LGBT; al parecer las muertes de otros países que no son del primer mundo no importan.

El domingo 12 de junio, durante un partido de béisbol de una Liga amateur en el municipio de Acatzingo, Puebla, un grupo de 20 sicarios llegaron armados con rifles de asalto AK-47 y empezaron a disparar contra los jugadores y asistentes del partido. El ataque dejó dos muertos y al menos 11 heridos.

El lunes 13 de junio, la radio local reportaba el homicidio múltiple de una familia evangelista. Al principio se creyó que el móvil era por motivos religiosos, ya que en el municipio de Coxcatlán la gente se encuentra dividida entre evangelistas y católicos. Horas más tardes anunciaban que el motivo de la masacre era un asunto de venganza hacia la mujer que había sido violada por uno de los asesinos y que lo denunció hace 9 años, razón por el cual el sujeto homicida estuvo preso.

Según relatan, dos hombres llegaron a pie, entraron a la casa y dispararon contra todos los que se encontraban, no les importó que hubiera menores de edad. El resultado: 11 muertos y 3 sobrevivientes, uno de ellos el niño producto de la violación. Las autoridades locales se movilizaron para prestar ayuda a los sobrevivientes y reubicarlos y para pagar los gastos funerarios.

19 de junio, mientras escribo esta nota, los maestros disidentes del CNTE (la Coordinadora Nacional de Trabajadores de la Educación) de la sección 22 de Oaxaca, mantenían duros enfrentamientos con la policía estatal y federal. La razón de las manifestaciones es el rechazo a la Reforma Educativa y desde hace semanas se han hechos paros laborales en las escuelas, cierres de avenidas importantes, plantones en los respectivos y encuentros violentos tanto en Oaxaca como en Chiapas. En las redes sociales se informaba a la población que el presidente de la República, Enrique Peña Nieto, había enviado dos aviones con policías armados para reprimir las manifestaciones. Este domingo los uniformados entraron disparando a matar para buscar disolver las manifestaciones en Nochixtlán. Los enfrentamientos entre los maestros disidentes junto con la población civil contra la policía dejó 7 muertos (ya confirmados), 51  heridos y 27 detenidos. Los hospitales públicos se negaron a dar asistencia médica.

El gobernador de Oaxaca, Gabino Cué negó el uso de armas durante los enfrentamientos. El funcionario desmintió la versión y señaló que los policías solamente portaban cascos y escudos. Sin embargo, las redes sociales empezaron a compartir fotografías y videos donde claramente se ve que la policía iba bien armada, que disparó a los manifestantes y que no eran balas de goma, sino balas reales.

Siendo hoy lunes 12:24 de la madrugada, se apagaron las luces del zócalo de la ciudad de Oaxaca y la policía ha entrado a desalojar el plantón que mantienen los maestros disidentes, se reportan, disparos, cortes de luz y presencia de ambulancias.

Varias organizaciones se empiezan a organizar para mostrar su rechazo a los actos violentos por parte del Estado hacia los maestros y para pedir la renuncia del Secretario de Educación Pública  Aurelio Nuño. Y como las cosas se pondrán tensas en esta semana, yo prometo darles un resumen de los hechos que irán ocurriendo.

Regresando al tema de los homicidios en México, en los últimos 28 meses han sido asesinados 78 mil mexicanos, es decir, casi cien personas son asesinadas todos los días, casi cuatro personas por hora. Y de estos crímenes seis de cada diez se cometen por el crimen organizado, datos de Semáforo Delictivo, Sin Embargo ySESNSP.

Sin duda a pesar de que el país del norte se vuelve loco con su islamofobia  infundada, ataques terroristas inventados y sus tradicionales masacres, la verdadera historia de terror se escribe en México. Y es que el gobierno y el crimen organizado han hecho del país una batalla campal donde los perdedores somos nosotros. Y es molesto que al ciudadano común le dé más coraje y vergüenza que una selección de fútbol pierda 7-0, que lo que pasa en Oaxaca y en todo el país, en donde vidas se pierden cada día. Es más, ni saben qué pasó.

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