Mais de 60 entidades assinam manifesto contra nova diretora de educação ambiental de Bolsonaro

Após reportagem do Brasil de Fato, organizações publicam texto contestando escolha de profissional sem experiência

Cristiane Lemos Batista de Freitas nunca teve experiência em áreas ligadas à vaga que vai ocupar no Ministério do Meio Ambiente – Reprodução/YouTube – TV Câmara

Mais de 60 entidades, organizações e lideranças ligadas à educação ambiental no Brasil publicaram um manifesto, na noite de terça-feira (8), contra a nomeação da nova diretora de Educação e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Cristiane Lemos Batista de Freitas.

Brasil de Fato revelou, em reportagem publicada na manhã de terça, que a profissional nunca trabalhou com o tema. Freitas era assessora da ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e chegou a ter outros cargos de confiança no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em seu currículo, disponível no site do governo federal, não consta nenhuma experiência profissional ou acadêmica no tema do meio ambiente ou da preservação. Também não há referências a qualquer conhecimento no campo da educação e da cidadania. Leia a íntegra.

Em reação à escolha de Freitas, as organizações ligadas à educação e cidadania ambiental apontam que “é de ficar abismado com a escolha política em um cargo tão nobre”. As entidades citam o fato de a assessora defender o armamento da população brasileira.

“Compreendemos a nomeação como um escárnio, como um desrespeito aos profissionais do campo ambiental comprometidos com a educação ambiental. Esta nomeação é um ato de violência simbólica, operando como uma manifestação de cruzada cultural antiecológica. O resultado é a perplexidade dos coletivos educadores do país, já que é um cargo de suma importância à gestão da educação ambiental brasileira”, diz o texto.

Entre os signatários, estão o deputado estadual do Rio de Janeiro, Carlos Minc (PSB), o deputado estadual do Mato Grosso, Lúdio Cabral (PT), e os deputados federais Nilto Tatto (PT-SP) e Paulo Pimenta (PT-RS).

“Ser praticante de tiro em nada qualifica a pessoa para atuar em educação ambiental. Ademais, entendemos como profundo desrespeito às mulheres e de intenso escárnio expor esta mulher a esta situação vexatória, que também é vítima da necropolítica nefasta do governo atual, que ataca sistematicamente todas as formas de vida”, afirma o manifesto, sobre os posicionamentos pró-armamento da nova diretora do Ministério do Meio Ambiente.

“O governo bolsonarista também utiliza as mulheres e suas representações de luta pela justiça histórica, e arduamente construídas, como mais uma forma de apropriação. De maneira a esvaziar suas contribuições para atender fins políticos que são humilhantes à vida e sua diversidade”, dizem as organizações. Para ler a íntegra, clique aqui.

Leia o nome das entidades e organizações signatárias:

ARAUCÁRIAS – Rede de EA a partir dos Campos de Cima da Serra e Hortênsias -UERGS/RS;

Articulação Nacional de Políticas Públicas de Educação Ambiental, ANPPEA;

Associação Alternativa Terrazul;

Associação Brasileira de Agroecologia, ABA-agroecologia;

Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências ABRAPEC;

Associação Defensores da Terra – RJ;

Associação dos Docentes da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, ADUNIRIO;

Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso – ADUFMAT – S.Sind.;

Ateliê do Conhecimento;

Centro de Estudos Ambientais (CEA);

Associação dos Defensores da Terra;

Conferência Livre de Meio Ambiente e Agricultura do RJ, CLEMAARJ;

Coletivo Amigos do Pantanal;

Defensores do Planeta;

Deputado Estadual Carlos Minc, Partido Socialista Brasileiro, RJ;

Deputado Estadual Lúdio Cabral, Partido dos Trabalhadores, MT;

Deputado Federal Nilto Tatto, Partido dos Trabalhadores, SP;

Deputado Federal Paulo Pimenta, Partidos dos Trabalhadores, RS;

Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais, FBOMS;

Fórum de Direitos Humanos e da Terra, FDHT;

Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento, FORMAD;

Frente Ampla Democrática Socioambiental – FADS;

Fundo Brasileiro de Educação Ambiental – FUnBEA;

Grupo de Articulação da Audiência Pública no Senado Federal;

Grupo de Educação Ambiental desde el Sur, GEASur-UNIRIO;

Grupo de Estudos Ambientais da Serra do Mar (GESMAR);

Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis – GEPEAS (UESB);

Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Ambiental, Diversidade e Sustentabilidade – GEPEADS/UFRRJ;

Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Ambiental, Diversidade e Sustentabilidade – GEPEADS/UFRRJ;

Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Ambiental, GEA/UFJF;

Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Ambiental Dialógica, Educação Intercultural, Educação e Cultura Popular, Gead-UFC;

Grupo de Estudos e Pesquisa em Interculturalidade e Educação em Ciências – GEPIC;

Grupo de Estudos em Educação e Meio Ambiente, GEEMA;

Grupo de Estudos em Educação, Cultura, Ambiente e Filosofia – GEECA;

Grupo de Pesquisa em Educação Ambiental e Cultura da Sustentabilidade (GPEACS/UFPR);

Grupo de Pesquisa em Educação Ambiental e Ensino de Ciências (GPEAECUFRJ);

Grupo de Pesquisa em Educação e Território (GPET)-UFSM;

Grupo de Pesquisa em Trabalho-Educação e Educação Ambiental – GPTEEA do IFRJ;

Grupo de Trabalho 22, Educação Ambiental – ANPED;

Grupo Infâncias, Tradição Ancestral e Cultura Ambiental- GiTaKa, UNIRIO;

Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte, GPEA-UFMT;

Instituto Calanam;

Instituto Caracol – ICARACOL;

Instituto Ecoar para a Cidadania;

Laboratório de Educação e Política Ambiental, OCA-ESALQ-USP;

Laboratório de investigações em educação, ambiente e sociedade – LIEAS/UFRJ;

Movimento dos Educadores Socioambientais – MG;

Mulheres do Hip Hop – MT;

Observatório da Educação Ambiental, Observare;

Observatório de Governança das Águas;

Rede Brasileira de Educação Ambiental, Rebea;

Rede Capixaba de Educação Ambiental;

Rede de Educação Ambiental da Serra dos Órgãos;

Rede de Educação Ambiental da Zona Oeste do RJ;

Rede de Educação Ambiental do Oeste da Bahia;

Rede de Educação Ambiental do Rio de Janeiro, REARJ;

Rede de Educadores Ambientais da Baixada de Jacarepaguá;

Rede Internacional de pesquisa em decolonialidade Educação em Ciências e Tecnologia, RIEDECT;

Rede Internacional de Pesquisa em Educação Ambiental e Justiça Climática, REAJA;

Rede Lusófona de Educação Ambiental, REDELUSO;

Rede Mato-grossense de Educação Ambiental, REMTEA;

Rede Paraense de Educação Ambiental;

Rede Paranaense de Educação Ambiental -REA-PR;

Rede Paulista de Educação Ambiental, REPEA;

Secretaria de Mulheres do Partido dos Trabalhadores-MT;

Territórios de Aprendizagens Autopoiéticas.

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