Macri e Bolsonaro se sentem traídos

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Por Débora Mabaires, para Desacato.info.

Tradução: Tali Feld Gleiser, para Desacato.info. (Port./Esp.)

No domingo 11 de agosto, os argentinos e argentinas participamos nas eleições Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias (PASO). Esta eleição define somente quais serão os candidatos aos diferentes cargos, mas marca uma tendência de como votaremos nas eleições presidenciais de outubro. Os resultados foram contundentes: Macri vai embora.
A fórmula de Alberto Fernández, ex-chefe de gabinete de Néstor Kirchner, e Cristina Fernández de Kirchner arrasou ficando com 47,66 % dos votos enquanto Mauricio Macri e Miguel Ángel Pichetto tiveram 32,09 % de apoio.

A província de Buenos Aires é a que define, por sua densidade demográfica, as eleições. A metade da população argentina mora nela. Lá o resultado foi mais adverso para Mauricio Macri e sua escudeira, María Eugenia Vidal. Venceu o ex-ministro da Economia Axel Kicillof com quase 50%.

No país inteiro, Mauricio Macri só conseguiu reter uma província: Córdoba.A manipulação da carga dos dados não conseguiu impedir a avalanche de votos esperançosos de milhões de argentinos. A empresa Smartmatic, do britânico Mark Mulloch Brown, sócio de George Soros, teve todos os problemas que tinham sido denunciados como prováveis e, mais ainda, deixaram de subir dados no momento exato em que afundavam os sonhos de reeleição de Mauricio Macri.

Às 22:30 horas, o presidente apareceu para reconhecer que o povo não o tinha escolhido e, com um discurso breve, deu por finalizado o ato eleitoral e mandou as e os argentinos irem dormir, sem dar sequer um só dado oficial.

O candidato opositor, Alberto Fernández, claro vencedor da disputa, emitiu um discurso esperançoso e sem estridências, parabenizando todos os argentinos por terem participado do ato democrático.

Às 8 da manhã de segunda-feira, duas horas antes da atividade bancária começar na Argentina, os bancos anunciavam uma desvalorização de 15 %, que se desencadeou tocando todos os alarmes com um 44 % de desvalorização em apenas 6 horas. O governo não tomou nenhuma providência para pará-la até depois do meio-dia: aumentou os juros, cravando mais um prego no caixão dos comércios, as pequenas e médias empresas.
Na Bolsa de Valores, o desabamento foi catastrófico: as ações baixaram mais de 50%. Todos, até os que nunca tivemos ações, sabemos que o mercado da Bolsa deixa de operar quando o desabamento chega em 10%, o que demonstra a vontade de destruição exercida.
Hoje não tem preço para nada no nosso país, e se esta situação continua corre-se o risco de desabastecimento. Os atacadistas não estão vendendo aos comércios. Não se vendem automóveis nem alimentos.

Esta monstruosa desvalorização enriqueceu Macri e todo seu gabinete que têm seus patrimônios no exterior. O ministro da Economia, durante o dia, sem fazer nada, incrementou seu patrimônio em mais de 2.000.000 de reais.

Mauricio Macri está decidido a arrasar com a Argentina e todos seus habitantes. Não perdeu uma eleição, perdeu o poder. Durante a tarde de segunda, em meio à debacle econômica, deu uma coletiva de imprensa para culpar os argentinos que não votaram nele e pediu ao agora candidato a presidente Alberto Fernández que fizesse algo para frear a desvalorização, se autonegando o poder de governar.

Macri, perdido e com os olhos desorbitados, culpou o governo anterior pelo que estava acontecendo, ou seja, o governo de Cristina Fernández que acabou faz quase 4 anos e, ao mesmo tempo, culpou o candidato a presidente Alberto Fernández porque somente a sua presença teria feito a economia estourar. Negou a sua própria gestão, o pior que um candidato pode fazer em campanha.

Desde o Brasil, um zangado Bolsonaro manifestou que iria custodiar a fronteira para que não chegassem hordas de argentinos fugindo do novo governo. Acostumados com as intempestivas manifestações do presidente brasileiro, os meios argentinos o consideram mais uma declaração infeliz. Na verdade, Jair Bolsonaro estava muito irritado porque tinha confiado no Macri quando ele lhe solicitou na semana passada seu apoio para incentivar os mercados financeiros. Foi o presidente Bolsonaro quem arengou telefonicamente a diretoria dos bancos brasileiros para investirem numa manobra financeira realizada na Argentina (cuja legalidade deveria ser investigada).

O desabamento do mercado de valores e a brutal desvalorização fizeram com que os bancos perdessem dinheiro e a credibilidade de Bolsonaro diante deles. Suas palavras não parecem ser uma simples declaração infeliz, senão uma ameaça dirigida a Macri, que tem interesses e negócios no Brasil.

Se Mauricio Macri conseguiu fazer este desastre durante 4 anos, foi graças ao encobrimento que a mídia lhe proporcionou. Após a coletiva de imprensa de segunda-feira à tarde, o abandonaram. Hoje todos os meios argentinos descobriram os 8000 indigentes que dormem ao ar livre na cidade de Buenos Aires e os 4 milhões de argentinos que foram jogados na pobreza no último trimestre.

Faltam dois eternos meses até as eleições presidenciais e Macri pisou no acelerador. Tal como disse na campanha: vai fazer o mesmo que vinha fazendo, só que mais rápido.
Como Nero tocando a harpa, olha pela janela enquanto o país se consome pelas chamas do incêndio que ele causou. Perdido entre suas escusas ocas está sendo fagocitado pelos parasitas que ele alimentou.

Seu final é a esperança de milhões de argentinos.


Macri y Bolsonaro se sienten traicionados

Por Débora Mabaires, para Desacato.info.

El domingo 11 de agosto los argentinos participamos de las elecciones Primarias Abiertas Simultáneas y Obligatorias -PASO. Esta elección sólo define quiénes serán los candidatos para los distintos cargos, pero marca una tendencia de cómo votaremos en las elecciones presidenciales de octubre. Los resultados fueron contundentes: Macri se va.

La fórmula de Alberto Fernández, exjefe de gabinete de Néstor Kirchner, y Cristina Fernández de Kirchner, arrasó quedándose con el 47,66 % de los votos. Mientras que Mauricio Macri y Miguel Ángel Pichetto, tuvieron el 32,09 % de apoyo.

Es la provincia de Buenos Aires la que define, por su densidad demográfica, las elecciones. La mitad de la población vive en ella. Allí el resultado fue más adverso para Mauricio Macri y su escudera, María Eugenia Vidal. Se impuso el ex ministro de economía Axel Kicillof por casi  el 50%.

En todo el país, Mauricio Macri sólo pudo retener una provincia: Córdoba.

La manipulación de la carga de datos no pudo impedir la avalancha de votos esperanzados de millones de argentinos. La empresa Smartmatic, del británico Mark Mulloch Brown, socio de George Soros, tuvo todos los problemas que se habían denunciado como probables y, más aún, dejaron de cargar datos en el momento exacto en que se hundían los sueños de reelección de Mauricio Macri.

A las 22:30 horas, el presidente apareció para reconocer que el pueblo no lo había elegido y con un discurso breve, dio por terminado el acto electoral y mandó a los argentinos a dormir, sin dar un solo dato oficial.

El candidato opositor, Alberto Fernández, claro ganador de la contienda, emitió un discurso esperanzador y sin estridencias, felicitando a todos los argentinos por haber participado del acto democrático.

A las 8 de la mañana del lunes, dos horas antes de que comience la actividad bancaria en Argentina, los bancos anunciaban una devaluación del 15 %, que se desató al comenzar la actividad, haciendo sonar todas las alarmas con un 44 % de devaluación en apenas 6 horas. El gobierno no tomó ninguna medida para frenarla hasta pasado el mediodía: levantó la tasa de interés, poniendo un clavo más en el ataúd de los comercios, las pequeñas y medianas empresas.

En la Bolsa de Valores, el derrumbe fue catastrófico: las acciones bajaron más del 50%. Todos, hasta los que nunca tuvimos acciones, sabemos que el mercado bursátil deja de operar cuando el derrumbe toca el 10%, lo que demuestra la voluntad de destrucción ejercida.

Hoy no hay precio de nada en nuestro país, y de continuar esta situación, se corre riesgo de desabastecimiento. Los mayoristas no están vendiendo a los comercios. No se venden automóviles, ni alimentos.

Esta monstruosa devaluación enriqueció a Macri y a todo su gabinete que tienen sus patrimonios en el exterior. El ministro de economía, durante el día, sin hacer nada, incrementó su patrimonio en 29 millones de pesos.

Mauricio Macri está decidido a arrasar con la Argentina y con todos sus habitantes. No perdió una elección, perdió el poder.

Por la tarde, en medio de la debacle económica, dio una conferencia de prensa para culpar a los argentinos que no lo votaron y le pidió al ahora candidato a presidente Alberto Fernández que haga algo para frenar la devaluación, negándose a sí mismo el poder de gobernar.

Macri, perdido, con los ojos desorbitados, culpó al gobierno anterior de lo que estaba pasando, es decir, al gobierno de Cristina Fernández que terminó hace casi 4 años, y, a la vez, culpó al candidato a presidente Alberto Fernández porque su sola presencia habría hecho estallar la economía. Negó su gestión, lo peor que puede hacer un candidato en campaña.

Desde Brasil, un enojado Bolsonaro manifestó que iba a custodiar la frontera para que no llegaran hordas de argentinos escapando del nuevo gobierno. Acostumbrados a las intempestivas manifestaciones del presidente brasilero, los medios argentinos lo tomaron como un exabrupto más. En realidad Jair Bolsonaro estaba muy enojado porque había confiado en Macri, cuando éste le solicitó la semana pasada su apoyo para incentivar los mercados financieros. Fue el presidente Bolsonaro el que arengó telefónicamente a los directivos de bancos brasileros a invertir en una maniobra financiera realizada en Argentina -cuya legalidad habrá que investigar.

El desplome del mercado bursátil y la brutal devaluación, le hizo perder dinero a esos bancos y la credibilidad de Bolsonaro ante ellos. Sus palabras no parecen ser un exabrupto, sino más bien una amenaza hacia Macri, quien tiene intereses y negocios en Brasil.

Si Mauricio Macri pudo hacer este desastre durante 4 años, fue por el encubrimiento que le brindaron los medios de difusión. Luego de la conferencia de prensa del lunes por la tarde, lo abandonaron. Hoy todos los medios argentinos descubrieron a los 8000 indigentes que duermen a la intemperie en la ciudad de Buenos Aires y los 4 millones de argentinos que fueron arrojados a la pobreza en el último trimestre.

Faltan dos eternos meses hasta las elecciones presidenciales y Macri pisó el acelerador. Tal como dijo en la campaña: va a hacer lo mismo que venía haciendo pero más rápido.

Como Nerón tocando el arpa, mira por la ventana mientras el país se consume por las llamas del incendio que él desató, perdido entre sus excusas huecas está siendo fagocitado por los parásitos que él alimentó.

Su final es la esperanza de millones de argentinos.

Débora Mabaires é cronista e mora em Buenos Aires.

A opinião do/a autor/a não necessariamente representa a opinião de Desacato.info.

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