Por Débora Mabaires, para Desacato.info.
Tradução: Tali Feld Gleiser, para Desacato.info. (Port./Esp.)
Mauricio Macri voltou a lançar sua campanha eleitoral para ver se consegue descontar alguns pontos de distância no próximo 27 de outubro.
Como uma pipa, tenta se elevar numa titânica tarefa criada pela equipe de assessores de campanha, que se vê ofuscada por dois fatos ineludíveis: a realidade e a gestão governamental.
Os dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) são contundentes. Num ano, a pobreza aumentou de 27,3% para 35,4%, enquanto a indigência subiu de 4,9 para 7,7%.
Segundo esses dados, 52,6% das crianças argentinas vive em lares pobres enquanto que a indigência infantil subiu de 8 para 13,1%.
Os dados foram demorados pelo governo de Mauricio Macri para que no fim de semana passado o presidente conseguisse fazer uma de suas apresentações organizadas como se fosse um ato escolar.
A turnê se chama “30 cidades em 30 dias” e promete ter o presidente da nação e alguns de seus funcionários nas cenas de distintas localidades do país.
Com cercas perimetrais e um grupo selecionado de participantes que são escolhidos por sua equipe de campanha, o presidente lança mão do seu esgotado otimismo tentando contagiar os participantes do bom ânimo.
Os vídeos filmados pelo público e subidos às redes sociais mostraram um coordenado acionar dos funcionários que, no local, contam com um ponto que vai indicando que movimentos devem realizar. Assim, vimos Mauricio Macri tocando na mão da sua esposa Juliana Awada quando, distraída, não ouviu o ponto e tinha que saudar os presentes com a mão em alto, igual que o restante dos funcionários que já o estavam fazendo.
Veja mais: Vídeo – Trabalho Infantil, desemprego e precarização no Brasil pós-golpe
Noutras imagens, o pateticismo subiu de nível. O presidente segura um cartaz que diz #Sí,sepuede, frase oca que acompanhou o governo em cada ato desde 2015. Uma foto tirada de trás mostra as instruções para levantar o cartaz, que inclui onde devia pôr as mãos para segurá-lo.
Estamos diante de um governo de saída, que não teme fazer o ridículo para fidelizar seu núcleo duro de votantes.
O presidente elogiou sua ministra da Segurança, Patricia Bullrich, provavelmente a mais sanguinária e impune que já vimos. Sua gestão é cheia de encenações, de acusações falsas contra povos originários, de montagens midiático-judiciais e de espiões ao serviço da embaixada dos Estados Unidos. O presidente a parabenizou justamente por aquelas coisas que a tornam nefasta: o protocolo ilegal de segurança em que avaliza que a polícia atire para matar, dispare pelas costas ou dispare contra crianças com balas de borracha.
Mauricio Macri em suas apresentações promete um futuro de bonança que não foi capaz de dar durante os quatro anos de gestão: “Sabemos que um melhor país é possível e está muito mais próximo do que conseguimos enxergar”.
48 horas depois desse ato, onde o viram e escutaram amável, pacificador e optimista voltou a ser quem sempre é: violou a Constituição nacional várias vezes quando assinou um decreto para reduzir pela metade as indenizações por acidentes no trabalho, e dando retroatividade à medida.
Esta nova ilegalidade vem com o mesmo fundo de toda a sua gestão: assinou esta retirada de direitos aos trabalhadores, a menos de uma semana de um terrível acidente numa obra dirigida por seu amigo Nicolás Caputo, no Aeroporto Internacional de Ezeiza. Nesse acidente morreu um operário, outros dois estão lutando pela sua vida e oito estão feridos.
As palavras de Macri, mais desvalorizadas que o peso argentino, as leva o vento, igual que seu governo.
Tomara que o fio se corte e os novos ventos eleitorais levem esta pipa para bem longe.
Com jornalismo e ficção, o Documento Audiovisual “QUARENTA”, pra não esquecer, vai contar o que viveram e sentiram os moradores de Florianópolis e Região durante a ditadura militar, mais precisamente no fato conhecido como Novembrada que, no dia 30 de novembro, completa 40 anos. Saiba mais em https://www.catarse.me/quarenta
Macri, el barrilete
Por Débora Mabaires, para Desacato.info.
Mauricio Macri ha vuelto a lanzar su campaña electoral para ver si logra descontar algunos puntos de distancia el próximo 27 de octubre.
Como un barrilete, intenta remontar vuelo en una titánica tarea diseñada por el equipo de asesores de campaña, que se ve empañada por dos hechos insoslayables: la realidad y la gestión gubernamental.
Los datos del Instituto Nacional de Estadísticas y Censos (INDEC) son contundentes. En un año, la pobreza aumentó del 27,3% al 35,4%, mientras la indigencia subió del 4,9 al 7,7%.
Según esos datos, el 52,6% de los niños argentinos vive en hogares pobres mientras que la indigencia infantil subió del 8 al 13,1%.
Los datos fueron demorados por el gobierno de Mauricio Macri para que este fin de semana próximo pasado pudiera hacer una de sus presentaciones, organizadas como un acto escolar.
La gira se llama “30 ciudades en 30 días” y promete tener al presidente de la nación y a algunos de sus funcionarios en los escenarios de distintas localidades de todo el país.
Con vallados perimetrales y un seleccionado grupo de participantes que son elegidos por su equipo de campaña, el presidente despliega su agotado optimismo intentando contagiar de buen ánimo a los participantes.
Los videos tomados por el público y subidos a las redes sociales mostraron un coordinado accionar de los funcionarios que, en el escenario cuentan con un apuntador que va indicando qué movimientos deben realizar. Así, pudimos ver a Mauricio Macri tocándole la mano a su esposa Juliana Awada cuando distraída, no escuchó al apuntador y debía saludar con la mano en alto a los presentes, al igual que el resto de los funcionarios que ya lo estaban haciendo.
En otras imágenes, el patetismo subió de nivel. El presidente sostiene un cartel que enuncia “#Sí, se puede”, frase hueca que acompañó al gobierno en cada acto desde 2015. Una foto tomada desde atrás, muestra las instrucciones para levantar el cartel, que incluye, dónde debía poner las manos para sujetarlo.
Estamos ante un gobierno en retirada, que no teme hacer el ridículo para fidelizar a su núcleo duro de votantes.
El presidente alabó a su ministra de Seguridad, Patricia Bullrich, probablemente la más sanguinaria e impune que hayamos visto. Su gestión está plagada de puestas en escena, de acusaciones falsas contra pueblos originarios, de montajes mediático-judiciales y de espías al servicio de la embajada de los Estados Unidos. El presidente la felicitó justamente por aquellas cosas que la hacen nefasta: el protocolo ilegal de seguridad en el que avala que la policía tire a matar, dispare por la espalda o dispare a niños con balas de goma.
Mauricio Macri en sus presentaciones, promete un futuro de bonanza que no ha sido capaz de dar durante los cuatro años de gestión:”Sabemos que un mejor país es posible y está mucho más cerca de lo que podemos ver”.
A las 48 horas de ese acto, donde se lo vio y escuchó amable, pacificador y optimista, volvió a ser quien siempre es: violó la Constitución Nacional varias veces al firmar un Decreto para rebajar a la mitad las indemnizaciones por accidentes laborales, y dándole retroactividad a la medida.
Esta nueva ilegalidad viene con el mismo trasfondo de toda su gestión: firmó esta quita de derechos a los trabajadores, a menos de una semana de un terrible accidente en una obra que lleva adelante su amigo, Nicolás Caputo, en el Aeropuerto Internacional de Ezeiza. En ese accidente murió un obrero, otros dos están peleando por su vida y ocho se encuentran heridos.
Las palabras de Macri, más devaluadas que el peso argentino, se las lleva el viento, igual que a su gobierno.
Ojalá se le corte el hilo y los nuevos vientos electorales se lleven este barrilete bien lejos.
Débora Mabaires é cronista e mora em Buenos Aires.
A opinião do/a autor/a não necessariamente representa a opinião de Desacato.info.