Declaração de Kumi Naidoo, Secretário Geral da Anistia Internacional, em reação ao discurso do presidente Jair Bolsonaro em Davos, na terça-feira 22 de janeiro de 2019:
Como afirmou hoje em Davos o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, de fato precisamos uns dos outros e o Brasil certamente precisa do apoio do mundo neste momento. Isso porque o povo brasileiro provavelmente enfrentará um futuro com mais repressão e menos direitos caso o presidente Bolsonaro consiga implementar a sua agenda anti-direitos humanos sem ser desafiado.
A comunidade internacional deve estar atenta a como o governo do presidente Bolsonaro trata as pessoas mais marginalizados e vulneráveis no Brasil para saber se é verdade o que ele diz sobre entregar paz e prosperidade para a nação.
Como já vimos, o compromisso proferido pelo presidente com o multilateralismo é contraditório com a sua determinação para a retirada do Brasil do Pacto Global para Migração da ONU e a ameaça de retirar o país do Acordo de Paris.
A promessa do presidente Bolsonaro às elites globais de priorizar garantir sua segurança ao visitar o país é especialmente irônica: um dos primeiros passos que ele deu foi afrouxar o controle de armas, embora o Brasil tenha uma das taxas mais altas de violência armada do mundo.
+Nota pública: prisões de suspeitos de integrar grupo de extermínio e o caso Marielle Franco
Se Bolsonaro quer que o mundo acredite em seu compromisso em tornar o Brasil um lugar seguro e acolhedor, ele pode começar garantindo que os assassinos de Marielle Franco sejam levados à justiça.
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