Jornalismo independente, questão de democracia e direitos. Por Raul Fitipaldi

Entre dilúvios e secas segue a trajetória de um país afastado de toda realidade que não gere grande lucro, espetáculo, divertimento.

Imagem: EgoCity

Por Raul Fitipaldi, para Desacato.info

Se está chovendo você não precisa molhar o jardim e se tem seca falta água. Mais ou menos isso acontece entre a mídia monopólica e a mídia excluída das benesses institucionais. 

Os governos jorram bilhões para ano trás ano, os monopólios da comunicação se tornarem mais ricos, mais poderosos. Dessa forma as ideias conservadoras se espalham e controlam melhor as maiorias. Também controlam aos próprios governos temerosos dos artigos, opiniões e manchetes publicados pelos geradores da opinião única, uniforme e cartelizada. 

Do outro lado sobrevive mal, quando consegue sobreviver, a mídia que vive a seca constante dos recursos públicos, mesmo que gere empregos, pague impostos brutais e forme criticamente a sociedade. Aliás, parte do problema passa por aí, não há na imensa maioria dos dirigentes que governam o país, estados e municípios, o menor interesse por uma massa crítica. Interessa apenas a massa eleitoral. E essa massa é formatada pelos bilionários da mídia. 

Entre dilúvios e secas segue a trajetória de um país afastado de toda realidade que não gere grande lucro, espetáculo, divertimento. Sim, porque a guerra é apresentada como espetáculo, a intimidade das pessoas como divertimento e a morte alheia é lucrativa, sobretudo ao vivo. E a beleza estética desse circo de alienações não pode ser alcançada pela mídia que vive no deserto árido de não ter recursos nem perspectiva. 

Há 10 dias um importante dirigente da comunicação do campo progressista justificou, no Portal Desacato, os investimentos dos governos na mídia conservadora colocando como exemplo a qualidade estética, plástica e técnica do conglomerado Globo. Quando escutamos essas afirmações é difícil entender como o entendido em comunicação  não percebe que Globo e seus semelhantes e repetidoras podem aceder a essa inegável qualidade porque tem como pagar ela. E o dinheiro que a paga vem majoritariamente dos governos federal e estadual, além, claro, das transnacionais que não estão exatamente preocupadas com as notícias das comunidades indígenas, quilombolas, das periferias, dos e das agricultoras. 

Agora, quando se planta essa discussão em um estado governado pelas ideias fascistas, como é Santa Catarina, além de coragem há que saber que as chances de vitória são ínfimas, porém há que fazer chover no deserto, e tem gente querendo fazer isso através de debates, foros, nada novo até, no entanto daí pode surgir algo novo. Veremos.  

 

 

 

 

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