Jornal GGN – O jornal ABC Color divulgou no dia 13 de agosto os termos da proposta que a Léros, empresa de energia associada aos Bolsonaro, fez à Ande, estatal paraguaia, pela energia excedente produzida em Itaipu Binacional.
O veículo divulgou um documento, datado de 27 de julho de 2019, em São Paulo, em que Kleber Ferreira, da Léros, propõe pagar à Ande 31,50 dólares por cada megawatt/hora.
Se a Léros conseguisse redistribuir a energia no mercado brasileiro ao custo de, pelo menos, 35,00 dólares por MWh, metade do lucro seria repassado à Ande.
Empresa acusada de ligação com clã Bolsonaro fechou acordo ilegal de energia com o Paraguai
A proposta prometia desembolsar 30% do pagamento no dia da entrega da energia, e os 70% estantes, 8 dias após o primeiro pagamento.
O acordo vem sendo investigado no Paraguai e abriu uma crise que pode levar ao encurtamento do governo Benítez.
A oposição e setores da imprensa passaram a criticar o acordo de Itaipu, alegando que os gestores da Ande e o governo admitiram termos que lesam a Nação.
A história envolve lobby da Léros para retirar do acordo de Itaipu uma cláusula que permitia à Ande vender diretamente no mercado brasileiro a energia excedente de Itaipu.
No lugar da Ande, entrou a Léros, com exclusividade e sem chamamento público para dar oportunidade a outras distribuidoras mais habilitadas para esse negócio, caso da Cemig, por exemplo. Para obter esse tratamento privilegiado, a Leros foi associada à família Bolsonaro.
A promessa, segundo apurou a imprensa paraguaia, era de que Jair Bolsonaro autorizaria a compra e revenda de energia pela Léros, passando por cima da Eletrobras, se fosse necessário. O acordo teria sido verbalizado com o presidente paraguaio.
O ABC também revelou na reportagem que membros da Leros foram ao Paraguai acompanhado do empresário Alexandre Giordano, que fazia a ponte com o dito assessor jurídico do vice-presidente Hugo Velázquez, Joselo Rodríguez, um jovem advogado de 27 anos, cuja mãe tinha cargo de primeiro escalão no governo paraguaio.
Giordano é suplente do senador Major Olímpio, do PSL dos Bolsonaro, e teria usado o nome da família presidencial, segundo suspeitas dos paraguaios, para conseguir concretizar o acordo. Quando o assunto veio à tona, ele negou que tenha feito essa relação, e afirmou que entrou na negociação porque tinha interesse em vender produtos para a Leros.
O ABC também revelou outros nomes que participaram da negociação.
Em abril, segundo o site, um “voo particular chegou ao Paraguai” e a bordo estavam, além de Alexandre Giordano, Adriano Tadeu Deguirmendjian Rosa (diretor da LÉROS ENERGIA E PARTICIPACOES SA), um advogado chamado Cyro Dias Lage Net e um quarto passageiro chamado Bruno Emannuel Silva Nascimento.”