Complicadores para o conglomerado Israel/EUA Terrorismo S/A.
A decisão do Parlamento egípcio de votar a expulsão do embaixador de Israel no país e exigir do governo o retorno do embaixador do Egito em Tel Aviv é um complicador para o conglomerado ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A. Maior ainda se levarmos em conta que o Parlamento não quer mais que o Egito exporte gás para Israel.
Foi um acordo imposto pelos EUA aos egípcios e a suspensão do fornecimento de gás vai criar dificuldades de toda ordem em Israel.
O Parlamento foi mais longe, ao contrário dos militares de seu país, não quer ONGs estrangeiras ou financiadas pelos EUA atuando em território egípcio.
É claro que isso não foi noticiado pela mídia de mercado e é difícil prever a reação dos militares naquele país levando em conta que boa parte das forças armadas está no bolso tanto de Tel Aviv como de Washington. Tal e qual estavam aqui os golpistas de 1964.
As ordens de sentido, ordinário e marche, chegam de fora.
O Parlamento no Egito é produto da “democracia” pregada e defendida por Obama, resultado da chamada “primavera árabe” e de eleições livres e democráticas supervisionadas por organizações estrangeiras. Reclamar de que? Da democracia?
É um complicador também para a política geral do conglomerado em relação ao Oriente Médio, em dois assuntos delicados. Síria e Irã.
É sempre bom lembrar que no governo nacionalista do coronel Gamal Abdel Nasser o Egito e a Síria, por um breve período formaram a República Árabe Unida, um projeto pan arábico do governo de Nasser.
Se existem sentimentos opostos nas questões essenciais, sírios e egípcios entendem que a sobrevivência de suas nações depende de resgatar a dignidade nacional e isso passa por eliminar qualquer espécie de colaboração com Israel, et por cause, com os EUA.
O aperto que Benjamin Netanyahu deu em Barack Obama ao pedir armas mais sofisticadas para a “defesa” de Israel passa por aí. E a reação do Parlamento do Egito se deu diante dos bombardeios desumanos contra a Faixa de Gaza, onde vários civis foram mortos. Em meio às conversas para uma trégua mais um complicador. Os palestinos exigem que Israel pare com os assassinatos/execuções de seus líderes através do seu esquadrão da morte, a MOSSAD.
No Brasil, a política externa do governo Dilma retirou do País a condição de protagonista do processo de paz no Oriente Médio, transformando-o em vagão da locomotiva dos EUA.
Os últimos acontecimentos no cenário das guerras que os EUA travam mundo afora não têm sido favoráveis àquele país e onde a organização popular se faz manifestar, como no Egito, as perspectivas não são positivas.
Um soldado – versão oficial – tem um ataque de nervos e mata 17 civis. Na versão real dos fatos, um grupo de soldados invade casas numa região do Afeganistão, mata perto de 45 pessoas, fere várias outras, em represália às manifestações contra a queima de exemplares do Corão pelos “libertadores”.
A Líbia está sendo dividida, o petróleo, evidente, fica para as companhias que detêm ações do conglomerado terrorista e as reações ao governo totalitário e venal da Jordânia começam a incomodar. A despeito da dura repressão crescem e já já terão tomado a mesma proporção daquelas acontecidas no Egito.
A isso junte-se a reação dos gregos ao pacote que transformou o país em colônia de banqueiros e que tais, misturando e batendo a crise que afunda a Comunidade Europeia e transforma o chamado Velho Mundo em uma grande base militar de ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A, com os custos de guerras insanas e altos índices de desemprego, corte de salários, todos os ingredientes neoliberais.
Para a mídia tudo bem. O importante é o noticiário da Bolsa de Valores e o medo que infunde nas pessoas – deliberado – de crises que vão arrastar já agora a Espanha, Portugal e a Itália.
Basta que o príncipe Harry chegue ao Brasil e vá jogar rugby com moradores de uma favela, vôlei com alguns astros do esporte, para virar manchete de primeira página com direito a ser o terceiro na sucessão do trono inglês e ocupante das Ilhas Malvinas, território argentino em que os britânicos instalam ogivas nucleares militarizando uma região onde esse tipo de armamento, por tratado, é proibido.
Já o Irã não pode. Mas Israel pode.
É complicada essa democracia dos EUA.
Não há mais como evitar a expressão “rebeldes” quando se fala dos que se insurgem contra o governo sírio e nem como evitar a realidade – mercenários norte-americanos atuam naquele país (contratados por empresas privadas dos EUA) e soldados da OTAN disfarçados. Há uma invasão da Síria e se busca uma guerra civil forçando uma intervenção militar nos moldes da feita na Líbia.
É a realidade que se avizinha de forma aguda na “sociedade do espetáculo” e nos é imposta pela mídia de mercado, os tais especialistas, detentores dos fragmentos de um instrumento dessa sociedade – o segredo. O diagnóstico está na obra de Guy Debord.
“Quando a ciência oficial chega a ser dirigida dessa forma, como todo o resto do espetáculo social que, sob uma apresentação materialmente modernizada e enriquecida nada mais é do que a retomada das velhas técnicas do teatro mambembe – ilusionistas, prestidigitadores, equilibristas – já não surpreende constatar que a grande autoridade que paralelamente retomam no mundo todo, os magos e as seitas, o zen embalado a vácuo ou a tecnologia dos mórmons”. Mitt Romney, um dos pré candidatos a presidente dos EUA é exatamente isso, um prestidigitador, um mago, acrescido do fato de ser mórmon. Cada qual com seu truque. O insano Ricky Santorum, ou o “sensato” – cínico – Barack Obama. Só muda a cerveja preferida na Casa Branca.
O Manifesto do Partido Comunista de Marx e Engels continua a ser o mais vivo e claro documento/diagnóstico/caminho para enfrentar toda essa “realidade democrática”.
Uma conclamação ao levante organizado e consciente que, neste momento, a História ressurge com força plena e a luta é de sobrevivência. O que se vive é a farsa.
Fonte: Diário Liberdade.