Israel executa transferência forçada na Cisjordânia, alerta ong B’Tselem

O governo de Israel está conduzindo operações de transferência compulsória dos palestinos nativos na Cisjordânia ocupada, advertiu a ong israelense B’Tselem em nota divulgada nesta segunda-feira (18).

As informações são da agência de notícias Anadolu.

“Israel trabalha para tornar insuportável a vida dos residentes de áreas que deseja anexar, a fim de obrigá-los a deixar suas casas e terras”,

declarou a B’Tselem. “Trata-se de uma política ilegal que implica Israel no crime de guerra de transferência forçada”.

A lei internacional proíbe qualquer tipo de transferência compulsória de populações nativas dos territórios ocupados — não importam as circunstâncias.

A organização de direitos humanos reiterou que os palestinos da Cisjordânia sofrem ataques reiterados de soldados e colonos ilegais.

Prossegue a nota:

Expulsar os pastores de seus campos, agredir fisicamente residentes, invadir suas casas no meio da madrugada, deflagrar incêndios, aterrorizar rebanhos, vandalizar colheitas, roubar propriedades, obstruir estradas e destruir caixas d’água são apenas algumas das violações impostas por colonos diariamente sobre dezenas de comunidades palestinas, ao obrigá-las a conviver com uma rotina atroz e horripilante.

“Esta violência incessante é encorajada pelo Estado para servi-lo”, explicou a B’Tselem.

“Sem ninguém para protegê-los e sem nenhuma alternativa, ao menos seis comunidades deixaram suas casas nos últimos dois anos. Outras dezenas estão em risco imediato de deslocamento forçado”.

A ONG israelense denunciou membros do atual governo de ultradireita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu por incitar ataques contra os palestinos nativos. “[Ministros] exaltam a violência dos colonos e apagam, com seus atos, sequer a aparência de um sistema funcional de justiça”.

Em março, o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, pediu pelo esvaziamento da aldeia de Huwara — política descrita como análoga aos pogroms.

Conforme estimativas, cerca de 700 mil colonos vivem em 164 assentamentos e 116 postos avançados na Cisjordânia ocupada — todos ilegais sob a lei internacional.

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