Bolsonaro colocou mais uma universidade sob intervenção, ao nomear o último colocado na eleição interna como novo reitor da UFRGS.
Não é apenas um desrespeito pontual à vontade democraticamente expressa da comunidade universitária. É condenar a instituição a quatro anos de tensão e paralisia.
Um reitor imposto, ilegítimo, não consegue administrar a universidade e é um foco permanente de crises.
Nunca tinha ouvido falar do sr. Carlos Bulhões. Só tomei conhecimento dele quando, já derrotado, iniciou sua abjeta peregrinação pela escória bolsonarista a fim de obter o cargo.
Mas me pergunto: o que o levaria a querer ser reitor pagando o preço do rechaço e da repulsa de seus colegas, dos técnicos, dos estudantes? Certamente não é só a vaidade de ser chamado de “magnífico”.
Só consigo pensar em três hipóteses.
Pode querer controlar o orçamento da instituição em favor de algum esquema. Pode estar sonhando com um novo decreto 477 que lhe confira poderes ditatoriais. Ou seu projeto, autenticamente bolsonarista, é mesmo a destruição da universidade.
A toda a comunidade da UFRGS, minha solidariedade. Desejo força na resistência.
E, quem sabe agora, em que é atingida uma das maiores instituições do sistema federal de ensino superior, todos nós não percebemos que não se trata de um problema da universidade A ou B, mas de todos nós – e que precisamos elaborar uma reação conjunta?
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