A declaração de estado de exceção por parte do presidente do Equador, Lenín Moreno, não conseguiu parar as fortes manifestações que começaram na quinta-feira contra as políticas de ajuste neoliberal promovidas pelo mandatário, considerado um traidor pela esquerda. No segundo dia de greve geral convocada por trabalhadores, estudantes e movimentos populares, as ruas seguiram mobilizadas e um grupo de cerca de 2000 indígenas tomou antenas de retransmissão na província de Tungurahua. A hashtag #ParoNacionalEcuador também ocupou o topo dos assuntos do momento no Twitter durante todo o dia.
O governo de Tungurahua informou que devido à mobilização dos indígenas na serra Pilisurco, o sinal das antenas teve de ser cortado para televisão e rádio FM. As antenas de Pilisurco alimentam três províncias, segundo o El Comercio: Tungurahua, Cotopaxi e Chimborazo, que reúnem cerca de 1,37 milhão de pessoas segundo o INEC (8% da população).
Segundo informações do governo do Equador, ao menos 350 pessoas, sendo diversas lideranças indígenas e sindicais, foram detidas devido aos protestos após a edição do decreto de estado de exceção. O presidente descartou qualquer revisão do plano econômico, chamando os manifestantes de “agitadores”. Segundo o analista Amauri Chamorro, essa insistência pode gerar sua queda.
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“Quando eles forem mandatário poderão executar seus planos. No momento de agora sou eu o presidente e tocou a mim tomar decisões, e não exito em fazê-lo”, declarou Moreno, que foi eleito com o apoio de Rafael Correa e depois traiu o ex-presidente.
Segundo manifestantes, policias começaram a usar armas de fogo contra a população e já há registro de mortos devido a repressão do Estado. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) expressou “preocupação com o uso excessivo da força pela polícia no Equador, como evidenciado pelas imagens de repressão aos protestos sociais”. A Cruz Vermelha denunciou que sua equipe foi agredida.
#Urgente | Manifestantes se toman las antenas del Pilisurco, la medida ha sacado del aire a varias estaciones de radio en FM y canales de televisión en Ambato.#MeDuelesEcuador #ParoNacionalEcuador#FuerzaEcuador Video: Radio Centro pic.twitter.com/BfSlixzLNY
— Alex F. SAmaniego C (@LEXKANDER) October 4, 2019
[AHORA] Luego de momentos de fuerte represión Policial y militar, manifestantes se repliegan atrás de la iglesia de San Blas.
La fuerza pública continua utilizando gas lacrimógeno.#ParoNacional pic.twitter.com/PsYnBMfcS3
— Wambra (@wambraEc) October 4, 2019
COMUNICADO| @cruzrojaecuador rechaza las agresiones de las cuales hemos sido víctimas durante las últimas horas en contra del personal humanitario que brindaba atención prehospitalaria en nuestras ambulancias.
¡SOMOS NEUTRALES, IMPARCIALES E INDEPENDIENTES!#NoSomosUnObjetivo pic.twitter.com/2dvxmzaqxD
— CRUZ ROJA ECUADOR (@cruzrojaecuador) October 4, 2019
? #ATENCIÓN | En los alrededores del edificio del Consejo Provincial hay represión por parte de la Policía Nacional a los manifestantes. ? ?#ParoNacionalEcuador pic.twitter.com/1NcLWd1aUG
— Radio Pichincha (@radio_pichincha) October 4, 2019
https://twitter.com/i/status/1180224219038322688
Lenín Moreno advierte que no piensa dar marcha atrás a las medidas económicas que originaron el malestar social. Indicó también que se mantiene en pie la eliminación del subsidio a la gasolina, una de las disposiciones más impopulares https://t.co/aBuMn2wjOX
— CNN en Español (@CNNEE) October 4, 2019