Líder de grupo que queria matar Mandela condenado a 35 anos de prisão

mandela2O líder de um movimento racista da África do Sul, que tinha um plano para implementar a supremacia branca no país e que incluía o assassínio de Nelson Mandela, foi condenado nesta terça-feira a 35 anos de prisão depois de um julgamento que durou dez anos, de acordo com a Reuters.

Antigo professor universitário, Mike du Toit foi considerado culpado do crime de alta traição pelo seu papel como líder dos “Boeremag”, uma milícia de partidários do apartheid, que tinha o objectivo de edificar uma nação branca na África do Sul, derrubando o partido do poder, o ANC (Congresso Nacional Africano), e expulsar a população negra e indiana do país.

Cerca de 200 testemunhas foram ouvidas durante o julgamento que começou em 2002 no Tribunal Superior de Pretória. Para além de du Toit, outro líder foi condenado a 35 anos de prisão, enquanto outros 20 acusados tiveram sentenças menores. Mike du Toit é a primeira pessoa a ser condenada por traição na África do Sul desde o final do regime do apartheid, em 1994.

O plano, com o nome de “Documento 12”, foi encontrado no computador de Mike du Toit, depois de uma busca na sua casa em Outubro de 2001. Este “esboço” de uma revolução refere que o golpe seria iniciado com a explosão de uma grande barragem, através do despenhamento de um avião Boeing, criando aquilo a que du Toit chamou de “situação World Trade Center”.

O assassinato de Mandela seria outra das acções que o grupo pretendia levar a cabo. “O Presidente Nelson Mandela teria de ser morto porque ele ainda era visto como uma figura de paz”, podia ler-se no documento, citado pelo diário britânico Telegraph. A imprensa sul-africana diz que o grupo planeava colocar uma bomba numa estrada que Mandela iria tomar para assistir à inauguração de uma escola rural. No entanto, o plano falhou quando o Presidente sul-africano se fez deslocar por helicóptero.

Algumas testemunhas ouvidas afirmaram que o líder do “Boeremag” recrutou membros do exército e da polícia e também da empresa nacional de energia Eskom.

A milícia queria utilizar o seu próprio armamento, um stock de diesel e ainda uma tonelada de explosivos para ocupar bases militares e estações de rádio e televisão para anunciar o golpe de estado, relata a imprensa local. O plano tornou-se conhecido pelas autoridades quando as tentativas de recrutamento de militares graduados falharam, deixando os serviços secretos em alerta.

Em Outubro de 2002, os membros do grupo terão participado em atentados bombistas a uma mesquita, estações de comboios e postos de combustível no bairro do Soweto, em Joanesburgo, que acabaram por matar uma mulher.

Fonte: Público.pt.

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