Por Jorge Majfud.
Quando os Estados Unidos tinham escravos algemados, eram considerados um exemplo de democracia. Ainda hoje, insiste-se que o país nunca teve uma ditadura.
A África do Sul do apartheid foi defendida por Ronald Reagan como um bastião da liberdade naquele continente repleto de negros com tendência socialista, enquanto Nelson Mandela estava na lista de “terroristas perigosos” de Londres e Washington.
Como Israel, outro regime de apartheid de acordo com todas as organizações internacionais de direitos humanos e de acordo com muitos israelenses, pode ser definido como uma democracia? Um regime brutal, com licença para matar e massacrar à vontade, com todos os bilhões de dólares estrangeiros em armas e alta tecnologia, que depois chora como se fosse a vítima universal.
Em que mente decente é possível que, enquanto dezenas de milhares de crianças estão sendo massacradas, insiste-se que essas e todas as crianças sobreviventes famintas, traumatizadas e amputadas devem morrer e, como se isso não bastasse, são bajulados pelos líderes trêmulos (trêmulos) da direita e da esquerda do mundo?
Tenho uma coleção de ameaças covardes (proibições, listas proibidas) e nenhuma delas me assusta, mas também tenho a solidariedade de inúmeros judeus decentes que não se deixam corromper por essa ideologia fanática, racista e supremacista.
Vou repetir isso mil vezes. Eles podem matar quantos milhares de seres humanos quiserem, podem ameaçar os bilhões de habitantes deste planeta que protestam contra essa barbárie, mas jamais poderão matar a dignidade alheia, que os covardes genocidas, bem armados e bajulados, nunca tiveram.
A história tem uma fossa séptica esperando por eles na esquina.
Jorge Majfud, maio de 2025.
Tradução: Deepl com supervisão do Portal Desacato.
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