Por Hora do Povo
A greve dos servidores técnicos administrativos das universidades federais por reajuste salarial já atinge mais de 50 instituições de ensino em todo o país. Esta semana, o movimento ganhou a adesão da UnB (Universidade de Brasília) e o restante das universidades farão anúncios no decorrer da próxima semana.
De acordo com o coordenador de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), apenas serviços essenciais estão funcionando na UnB.
Segundo a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), a greve é uma reposta ao índice de reajuste zero oferecido pelo governo federal para este ano. Os servidores reivindicam 10,34% de reposição, denunciando que “os salários estão há mais de sete anos e sem horizonte até então de reforma no seu plano de carreira”, afirma a entidade.
O servidor técnico administrativo em educação constitui uma das 64 carreiras do Poder Executivo Federal. São aproximadamente 133 mil servidores ativos e 69 mil aposentados.
“O governo Lula abriu mesa de negociação. O ministro da Educação chamou a Fasubra para conversar e pediu 30 dias. Já tínhamos indicativo de greve no dia 11 de março, então vamos conversar, mas em greve”, afirma Evandro Castagna, integrante do comando de greve no Paraná.
De acordo com Castagna, “o governo foi eleito colocando a educação como prioridade. E quem garante que a educação aconteça são os servidores públicos da educação. Nossa briga é essa: que a educação de fato seja valorizada como parte fundamental para que o país funcione, que se cumpra esse compromisso com os trabalhadores da educação”.
Ele afirma que do governo Temer para cá a defasagem salarial ficou em 40%. “A PEC da transição do atual governo garantiu 9% de recomposição e pequena reposição no auxílio saúde, creche, reposição no auxílio alimentação”, diz.
“Nosso salário é muito baixo. Um trabalhador que entra com menos de dois salários mínimos”, afirma Castagna. Segundo ele, o movimento só tende a crescer, com chances nos próximos dias de adesão do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), que abrange servidores federais dos Institutos Federais de Educação (IFs), e do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), que representa os professores.
“Nos dois anos de governo Temer e nos quatro anos do governo Bolsonaro ficamos sem aumento. No ano passado conseguimos 9%, mas se o governo Lula não nos der aumento serão 7 anos de defasagem. Nós somos importantes na formação de profissionais da educação em todas as áreas do conhecimento e da produção do nosso Estado. Então temos que dizer para o governo que somos importantes e nosso salário está baixo”, afirma o coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação UnB (Sintfub).
Para a presidenta da Associação dos Docentes da UnB (ADUnB), Eliene Novaes Rocha, que esteve na assembleia dos servidores da UnB prestando solidariedade à categoria dos técnicos, os professores também podem iniciar um movimento grevista a qualquer momento. “Temos clareza que nossa luta de base é o que dará conta da organização em torno da defesa dos nossos salários e nossas carreiras. Precisamos fortalecer a luta com outras carreiras e categorias que estão em processo de discussão da greve. O governo federal não dá a resposta que gostaríamos e o que eles mantêm, a proposta de reajuste zero em 2024, é inaceitável”, destacou.