A estiagem combinada com a desvalorização do real e o estímulo do governo federal à exportação têm devastado a economia do setor agrícola. Os altos preços dos alimentos nos mercados são também consequência de dificuldades cada vez maiores da pequena produção.
Há três anos o estado de Santa Catarina tem déficit fluvial e 148 mil famílias agricultoras são atingidas diretamente pelos efeitos da crise hídrica. A resposta do Governo Federal tem sido o descaso com o setor, enquanto privilegia o agronegócio que em 2020 foi o setor com maior crescimento, em torno de 24,31%. A ministra da agricultura Tereza Cristina esteve em Santa Catarina e não apresentou nenhuma medida em prol dos agricultores, mas sugeriu rezarem, desejou boa sorte e disse que ia puxar a orelha de São Pedro para que mandasse chuva para a agricultura familiar.
Devido à falta de medidas do poder público, 700 lideranças da Agricultura Familiar de quatro estados se reuniram em um encontro virtual para definir as ações diante do agravamento da estiagem na região Sul do Brasil. Segundo Jandir Selzler, coordenador da FETRAF, o governo federal se ajoelha ao agronegócio e vira as costas para a agricultura familiar. Assim, compromete a soberania alimentar e a garantia de que o alimento chegue com um preço justo na mesa dos trabalhadores da cidade.
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