Governo Bolsonaro tem uma denúncia de assédio sexual por dia

Dados da Controladoria Geral da União (CGU) mostram que o número de denúncias de assédio sexual dispara desde o primeiro ano do governo Bolsonaro, em 2019

O caso mais recente refere-se ao agora ex-presidente do banco, Pedro Guimarães, acusado de assédio sexual e moral por servidoras da Caixa. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

RBA.- As denúncias de assédio sexual que resultaram na demissão do agora ex-presidente da Caixa Econômica Federal Pedro Guimarães não são as únicas no governo de Jair Bolsonaro (PL). Dados da Controladoria-Geral da União (CGU), dos últimos sete anos, mostram que, na verdade, essas denúncias crescem desde o primeiro ano de sua gestão, em 2019, e vêm batendo recorde no serviço federal, chegando a uma média atualmente de um caso de assédio sexual por dia no governo Bolsonaro.

De acordo com o levantamento, as denúncias deram um salto de 155, há três anos, para 251, em 2021. Um aumento de 65,1% com relação aos casos de assédio sexual reportados em 2020. Somente no primeiro semestre de 2022, 214 denúncias foram feitas. O que já representa o dobro de casos do ano anterior e equivale a uma denúncia por dia. Os casos foram registrados nas ouvidorias federais do governo federal. Elas fazem parte de um compilado feito por auditores da CGU que monitoram, por meio de sistema, cada procedimento aberto.

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As informações foram antecipadas em reportagem do jornal O Globo que mostra que os canais de contatos para as vítimas vão desde ministérios a órgãos subsidiários, como universidades federais. Entre as pastas da administração Bolsonaro, a maioria das denúncias de assédio sexual foram feitas por funcionários do Ministério da Justiça e Segurança Pública, com 31 casos. Em segundo lugar aparece a pasta da Mulher, Família e Direitos Humanos, com 23 denúncias. O ministério é seguido pela Educação, com 18 casos.

Denúncias na presidência

A ouvidoria da Presidência da República também recebeu quatro denúncias de assédio sexual. Segundo a CGU, do total de ocorrências encaminhadas entre 2019 até os primeiros seis meses deste ano, 12,5% dos casos foram arquivados por falta de elementos mínimos para se abrir uma apuração. Não há informações públicas, no entanto, sobre a conclusão das demais ocorrências. Após monitoramento da CGU, as denúncias são distribuídas às ouvidorias, corregedorias, Ministério Público Federal ou Polícia Federal. E o órgão perde o controle dos dados que seguem sob sigilo.

A controladoria também não computa denúncias de assédio sexual de empresas estatais como Caixa ou Petrobras. Mas à imprensa, funcionárias do banco público apontaram para um aumento nos relatos de assédio sexual contra executivos da Caixa, registrados nos canais internos da instituição, no período que também coincide com a chegada de Bolsonaro à presidência da República.

O caso mais recente refere-se ao agora ex-presidente do banco, Pedro Guimarães, acusado de assédio sexual e moral por servidoras da Caixa. As denúncias são investigadas pelo MPF e tratam de ocorrências que vêm desde 2019.

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