Por Fabrício Carpinejar.
O amigo Léo Jaime falou que seu corpo só pensa em uma Pfizer estupidamente gelada, a -75 graus, com direito a repeteco.
De álcool gel, estamos fartos. De estatísticas e notícias fúnebres, estamos cheios. Estamos mesmo mortos de sede da vacina, precisando molhar o braço e recuperar a esperança do convívio, do aconchego da família, do trololó da rapaziada e das ruas cheias sem medo do esbarrão.
É o nosso trago sonhado. A birita que não pode faltar à mesa. A aguardente da normalidade de novo.
Meu paladar não é tão exigente. Topo todas. Pode vir o coquetel da Moderna (EUA). Ou o saquê da Coronovac (China). Ou a vodka da Sputinik (Rússia). Ou o gin da AstraZenec (Reino Unido). Em último caso, desça o Masala chai da Bharat Biotech (Índia).
Aceito qualquer uma das opções do cardápio, para sentir os efeitos colaterais dos abraços e dos beijos, do cafuné e do colo. Para voltar a viajar, a me banhar nas praias, a pular em shows, a gritar nos estádios de futebol.
Quero mais me embriagar de viver, tomar um porre de alívio e de felicidade, experimentar a ressaca da ternura. Que a vacina contra a COVID-19 não demore a chegar no Brasil. A abstinência emocional já foi longa.
Leia mais:
João Rodrigues antecipa decreto e diz: “O maior contágio é dentro de casa, não é na rua”