Por Luisa Fragão.
O fundador das Casas Bahia, Samuel Klein, teria sustentado uma rotina exploração sexual de crianças e adolescentes, entre 9 e 17 anos, dentro da própria sede da empresa no centro de São Caetano do Sul (SP), assim como em imóveis de sua propriedade situados na Baixada Santista e em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Os crimes teriam ocorrido por pelo menos 21 anos, entre 1989 e 2010.
Os casos foram revelados em reportagem de Ciro Barros, Clarissa Levy, Mariama Correia, Rute Pina, Thiago Domenici e Andrea Dip, na Agência Pública. Segundo relatos das vítimas, o empresário mantinha um quarto anexo ao seu escritório, onde havia uma cama hospitalar, para cometer os abusos.
Samuel Klein também teria organizado um esquema de recrutamento e transporte de meninas, com uso de helicópteros particulares. Os próprios funcionários de Klein teriam ajudado o chefe a cometer os abusos, organizando festas e orgias que eram acobertadas com pagamentos às meninas e familiares com dinheiro e produtos das lojas.
A história do dono das Casas Bahia se assemelha às denúncias que vieram à tona contra o filho dele, o empresário Saul Klein, investigado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) por aliciamento e estupro de dezenas de mulheres. Os casos teriam ocorrido durante festas na casa dele, em Alphaville, desde 2008.
Segundo despacho da Justiça no caso de Saul Klein, obtido pela Folha de S.Paulo, as mulheres “eram procuradas por aliciadores em redes sociais e outros canais, informadas falsamente de que havia interesse na contratação delas por parte de uma empresa e conduzidas a uma apresentação, a título de teste, para o requerido Saul”.
O empresário atualmente disputa a herança do pai na Justiça com o seu irmão mais velho, Michel Klein. Ele também é dono do time de futebol Ferroviária, de Araraquara, no interior de São Paulo.
Confira a reportagem completa da Agência Pública