Representantes de Associações e entidades do Amazonas se reuniram na manhã desta quarta-feira (27) no Auditório Beth Azize para discutir alternativas de reconstrução do setor energético no Amazonas nesta quarta edição do Fórum. O Programa “Luz para Todos”, a Privatização da Eletrobras e o aumento de tarifa energética foram os assuntos mais comentados durante o evento.
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Amazonas, Federação Nacional dos Urbanitários e Universidade Federal do Amazonas foram representados por seus membros.
Robson de Bastos, coordenador do Comitê Gestor do Programa Luz para Todos e delegado sindical do Sindicato dos Urbanitários, explicou o posicionamento contrário do Sindicato. “Em todas as distribuidoras que foram privatizadas, a consequência imediata foi o aumento da tarifa, aliado à péssima prestação de serviços. Com certeza, aqui no Amazonas não será diferente porque a nossa região é muito atípica. Nós temos 62 municípios que necessitam da atenção do Governo Federal e com certeza a iniciativa privada não terá tanto compromisso com a população, principalmente no interior. Por isso estamos elaborando alternativas para que o Governo não privatize o setor energético e pedimos o apoio da população que abrace a nossa causa”, afirmou.
Edney Martins, presidente do Sindicato dos Urbanitários do Amazonas reforçou o perigo de retrocesso com a possível privatização. “O setor elétrico é diretamente vinculado com políticas federais e as mudanças feitas pelo Governo Federal vão atingir em cheio a população amazonense.
O primeiro impacto é um aumento descabido na conta de energia, que já teve aumentos sucessivos de 30%, 20% e ainda corre o risco de um iminente aumento. Precisamos que o parlamento amazônico se reúna e verifique essas mudanças para proteger o nosso estado, a fim de garantir uma tarifa justa e um serviço de qualidade, além da continuidade do programa Luz para Todos, que corre o risco de paralisar os avanços, visto que é um programa de caráter social que não gera lucros para a iniciativa privada e deve ser deixado de lado com a privatização”, apontou, acrescentando que a tarifa praticada no Amazonas é a segunda mais cara do país.
O deputado estadual Sinésio Campos (PT), presidente da Comissão de Geodiversidade, Minas, Gás e Recursos Hídricos da Assembleia, se fez presente no evento, anunciando um relatório de atividades a ser elaborado a partir das reuniões do Fórum. “Vamos elaborar um relatório de atividades a ser entregue em Brasília às autoridades competentes, bem como aos representantes do Ministério Público Federal para manifestar a nossa oposição à privatização. A privatização é o fim do Luz para todos, é a demissão em massa”, afirmou.