Por Altamiro Borges.
As milícias bolsonaristas – expressão do neofascismo nativo – seguem no cio. E não apenas no esgoto digital, essa terra sem lei carente de regulação democrática. As hordas também estão presentes nas ruas, na vida real. Na semana passada, um psicopata destruiu uma placa alusiva à vereadora assassinada Marielle Franco e quebrou um quadro com a imagem do presidente Lula em um bar do Rio de Janeiro. Não dá para baixar a guarda ou subestimar essa gente doentia. A onda de extrema-direita está em alta no mundo inteiro e não foi quebrada no Brasil – em alguns momentos, ela só hiberna!
Segundo relato do jornal Estadão – que continua alimentando essa horda com seu veneno editorial –, a cena de vandalismo ocorreu no bairro de Santa Teresa, no centro da capital, e foi gravada por um frequentador do local. “Em vídeo que circula nas redes sociais, um homem de camiseta listrada verde e branca dá um soco em um quadro com a imagem de Lula, enquanto outro, de blusa social branca, tenta impedir a ação. O indivíduo também destrói uma placa em homenagem a Marielle, arrancando metade da sinalização da parede”.
Ataques à placa de Marielle Franco
A ação ocorreu na última quinta-feira (11). Pelas redes sociais, a direção do Armazém Pousada São Joaquim informou que registrou boletim de ocorrência contra o vândalo: “Respeitamos e acolhemos todas as opiniões, mas não admitimos qualquer forma de violência e violações nesta casa”. Já a Polícia Civil do Rio de Janeiro garantiu em comunicado que o caso está sendo investigado pela 7ª Delegacia do Estado e foi encaminhado para o Juizado Especial Criminal (Jecrim). “O homem responsável pelo vandalismo ainda não foi identificado”.
Como lembra o jornalão, “durante a campanha eleitoral de 2018, o deputado estadual Rodrigo Amorim (PRD-RJ) e o ex-deputado Daniel Silveira destruíram uma placa alusiva a Marielle Franco similar à que foi vandalizada na semana passada. Silveira está preso desde fevereiro por descumprir medidas cautelares impostas pelo STF, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de usar redes sociais, no processo em que foi condenado a oito anos e nove meses de prisão por ataques antidemocráticos”. Já Rodrigo Amorim segue impune e ativo!
Karina Santos e Elenira Vilela
Também na semana passada, as milícias bolsonaristas saíram do esgoto digital para atacar duas ativistas de esquerda. A influenciadora Karina Santos foi alvo de ameaças de morte após ser exposta nas redes sociais por Michelle Bolsonaro – uma famosa incentivadora de preconceitos, ódios e violências. Entre outras baixarias, a jovem pernambucana recebeu um e-mail taxativo: “A moçada toda vai te estuprar e te matar”.
Na mensagem ainda constam os dados pessoais de Karina Santos, como o número do CPF. O fascista também afirma que “sei onde tu moras, onde sua família vive, tudo… Tudinho no jeito pra te matar, mas não sem antes de estuprar, sua vagabunda”. Ele se identifica no e-mail como “Pablo Ricardo Lodi de Lima” – o mesmo nome do hacker que invadiu em dezembro passado a conta da primeira-dama Rosângela Silva, a Janja. Na ocasião, a Polícia Federal foi acionada e prendeu um suspeito do ataque. Nada mais, porém, foi falado sobre o criminoso.
Outra vítima das milícias digitais foi a professora e sindicalista Elenira Vilela, de Santa Catarina. Após comentar em uma entrevista que era preciso ficar atento ao potencial eleitoral de Michelle Bolsonaro, ela passou a ser alvo de ameaças de morte. Nesta segunda-feira (15), a ativista registrou Boletim de Ocorrência na Polícia Civil. Em suas redes sociais, ela desabafou: “Não é um momento fácil, mas hoje eu fiz um BO de todas as fake news, ameaças, difamações, calúnias e acusações. Quem divulgou notícia falsa tentando acabar com a minha imagem e, principalmente, quem me ameaçou vai ter que responder. Esse país ainda tem lei e a gente vai fazer ela ser cumprida”.
A combativa Elenira Vilela está certíssima. Não dá para vacilar com essa gente asquerosa. Não dá para titubear com os fascistas!