Etnocídio e racismo

Márcia Mura. Foto: Redes Sociais/Reprodução.

Márcia Nunes Maciel, do Povo Indígena Mura, é Historiadora, mestra em sociedade e Cultura na Amazônia e doutora em História Social pela Universidade de São Paulo – USP. Quando finaliza o doutorado volta para Rondônia onde vivem seus familiares, numa região localizada no baixo rio Madeira, onde a presença da etnia Mura é inviabilizada. A população indígena da região passa por um processo de desterritorialização e são inseridos no trabalho nos seringais, construídos em cima de território ancestral Mura. Hoje as comunidades ribeirinhas que ali vivem são resultado desse processo. A tese de Márcia é que apesar de toda colonização, o modo de ser indígena se mantém vivo nesses territórios, mesmo não sendo demarcados como Terra Indígena.

Márcia Mura começa dar aula em uma escola da região, ensinando História do Brasil sob uma perspectiva indígena. Enfrenta uma série de dificuldades: estruturais, por falta de transporte para os estudantes que ficaram praticamente dois anos sem aula em 2019 e 2020, desde o início da pandemia até hoje a escola segue sem aulas presenciais; e sofre boicote e racismo nas atividades que propõe na escola. Em diversos momentos recebe advertências ao propor uma abordagem e/ou atividade que trazem a temática indígena.

O racismo sofrido por Márcia culminou em sua remoção da escola, sendo acusada de “insistir na temática indígena”. Alguns dizem que quando denunciou o caso estava se vitimizando, mas Márcia afirma que, pelo contrário “nós povos indígenas somos o povo que mais resiste e luta contra toda forma de perseguição e racismo e estamos resistindo há 520 anos, se fôssemos ficar nos vitimizando nem existiríamos mais”

Para acompanhar a Márcia Mura e ter acesso aos seus livros siga no Instagram: @muramarcia e no Twitter: @muradomadeira

Assista à entrevista completa no link abaixo:

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