Redação/Portal Desacato.
A professora de inglês Naida Marques, licenciada em letras, português e inglês, da Escola Básica Henrique Stodieck, que fica no Centro de Florianópolis, SC, denunciou no “Mural da Manhã” um caso grave de racismo que sofreu na escola.
Naida foi agredida por parte de uma colega que interrompeu sua aula aos gritos na frente dos alunos. A professora era contrária a proposta de Naida de utilizar a pergunta “Onde você esconde o seu racismo?” como ponto de partida para o debate na semana da consciência negra, além disso cobriu os cartazes espalhados pela escola com a pergunta. Mais tarde, a mesma professora falou com outro profissional da escola referindo-se a Naida como “a macaca preta de inglês” na frente de estudantes.
Infelizmente, essa não foi a primeira vez que Naida sofreu racismo dentro do ambiente escolar, assim como não foi a única, Santa Catarina vem acumulando agressões de caráter racista dentro do ambiente educacional.
Os estudantes da Escola Básica Henrique Stodieck se posicionaram contra o racismo e em defesa de sua professora, “não se contava que os alunos iam se apropriar, iam ter a voz. Por isso que para mim é muito difícil estar longe da escola, porque eles pensam que eu estou longe porque simplesmente quero, mas fui suspensa pelo diretor e depois não tive saúde mental para estar na escola”, disse Naida.
No “Mural da Manhã” conversamos sobre a exclusão programada que é às vezes consciente e outras inconsciente e visa calar e abafar o diferente. Esta exclusão fez Naida ser afastada da escola, no entanto, a resistência da professora foi educativa. “Essa juventude que não saia do celular fez um ato pedagógico, que a escola não esperava. Eles mesmo se organizaram”, conta Naida.
Assista ou ouça a entrevista completa clicando no vídeo abaixo: