Por Felipe Gabriel Schultze.
Estamos no limite, senhor presidente. Está intratável a política nacional. A política do qual o presidente da república participou durante vinte e oito anos como parlamentar e hoje faz acordos com os deputados do “centrão” está intratável com amigos e familiares mais distantes. O show de horrores que é descortinado em nossa frente a cada manifestação de pessoas sem máscaras e sem bom senso é horroroso e obsceno.
O apoio às manifestações é enjoativo. Querem um país sério? Levem-se a sério. Multidões brincando com o autoritarismo não é coisa de gente grande. Se há erros, há outras maneiras de resolver nossos aborrecimentos, idolatrar um político em manifestações violentas e perigosas não é o caminho correto. Luis Roberto Barroso afirma que democracia é a frustação e o controle da frustração. Acredito que o judiciário cometeu erros, porém, manifestações de pedidos golpes ao supremo e ao legislativo não são as soluções, eles são assombrosos problemas.
A falta de representatividade gerou os delírios e devaneios golpistas. É uma suposição simplista a minha, verdade. Após o abismo em que estamos é necessário refletirmos os nossos erros para que estes anseios golpistas não se repitam. O professor Gargarella afirma que na América Latina, historicamente as pessoas foram deixadas do lado de fora da sala de máquinas onde se produz o poder. Então sim, entende-se o sentimento de parte da população sobre nunca se sentir verdadeiramente representada. Porém, diante de tanta informação, é preciso saber que não é um delírio coletivo que salvará o país, as soluções são outras.
Baseada na mais pura forma de notícias falsas, de forma obscena parte da população é exposta ao ridículo em manifestações delirantes. É clara como a luz do dia de que os manifestantes não sabem a que vieram. A Constituição Federal, em que eles pensam defender, não comportam os anseios golpistas dos manifestantes. Tais anseios são intratáveis em qualquer democracia séria. A situação do Brasil de hoje serve para nós nunca nos esquecermos que, por mais que tenhamos problemas sociais, a democracia deve ser o presente e o futuro da nação.
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